quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Doença da urina preta: surto no Amazonas

Como já relatado em nosso blog, a doença da urina preta vem despertando atenção da ciência e de profissionais da saúde. Recentemente um novo possível surto está sendo registrado no Amazonas.



A síndrome de Haff, ou doença da urina preta, é causada por uma toxina capaz de levar o músculo à necrose com a ruptura das células musculares, originando uma urina escura semelhante à cor de um café. Normalmente, ocorre após ingestão de pescado contaminado. Segundo o infectologista Max Igor Banks Ferreira Lopes, coordenador do Ambulatório de Doenças Infecciosas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a doença nada mais é do que uma inflamação com fortes dores abdominais.

A 176 quilômetros de Manaus, a cidade de Itacoatiara chamou a atenção das autoridades sanitárias do Amazonas nos últimos dias. Desde 22 de agosto, dezenas de moradores do local apresentam um quadro chamado rabdomiólise, marcado pela destruição das fibras que compõem os músculos do corpo.


No mesmo período, indivíduos de outros cinco municípios do Amazonas (Silves, Manaus, Parintins, Caapiranga e Autazes) também foram diagnosticados com a mesma condição.

Todos os 44 casos registrados até o momento estão sendo investigados, mas a principal suspeita é que esses indivíduos tenham sido acometidos pela doença de Haff, conhecida popularmente como "doença da urina preta".

 

É uma doença que já tem um tempo, ela foi descoberta em 1924, na Europa, e, na verdade, é uma síndrome que junta alguns sintomas, e observaram que ela está associada às pessoas terem se alimentado com peixe ou frutos do mar num período de 24 horas antes dos sintomas”, afirma o infectologista. De acordo com o especialista, “é uma doença rara, que nada mais é do que uma intoxicação alimentar por uma toxina que não é eliminada pelo calor, então, o peixe cozido pode transmitir a doença: é rara, não é frequente e não se tem ainda essa toxina identificada”, diz Igor Lopes.

Como a eliminação dessa toxina é feita pelos rins, muitas pessoas acabam tendo até insuficiência renal, por isso o especialista reforça a importância de se procurar um atendimento médico o quanto antes, para que a toxina possa ser eliminada o mais rapidamente possível e cause menos danos aos rins. Qualquer pessoa pode ser contaminada pela doença do “xixi preto” e não tem como ser evitada.

Ocorre extrema rigidez muscular de forma repentina, dores musculares, dor torácica, dificuldade para respirar, dormência, perda de força em todo o corpo e urina cor de café, pois o rim tenta limpar as impurezas, o que causa uma lesão na musculatura. A doença causa muitas dores musculares, lembrando a dengue, porém sem febre.

 

De acordo com um artigo escrito em 2013 por especialistas do Hospital São Lucas Copacabana, no Rio de Janeiro, o nome da moléstia tem a ver com a sua origem.

 

Os primeiros relatos sobre ela são de 1924 e vêm da região litorânea Könisberg Haff, que fica próxima do Mar Báltico. Atualmente, esse local integra a cidade de Kaliningrado, que pertence à Rússia e faz fronteira com Lituânia e Polônia.

À época, os médicos que trabalhavam no local descreveram um quadro de início súbito, com "rigidez muscular, frequentemente acompanhada de urina escura".

Após a publicação dos primeiros relatos, foram registrados novos casos no local durante os nove anos seguintes. Eles ocorriam principalmente entre o verão e o outono e tinham um fator em comum: o consumo de pescados.

 

Fonte:

https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2021/08/31/doenca-da-urina-preta-o-que-se-sabe-sobre-possivel-surto-no-amazonas.ghtml

https://bvsms.saude.gov.br/doenca-da-urina-preta-doenca-de-haff/

https://jornal.usp.br/atualidades/sindrome-de-haff-ou-doenca-da-urina-preta-conheca-e-saiba-como-agir/

 

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