sábado, 3 de setembro de 2016

Anvisa vai liberar lote de achocolatado que havia sido suspenso no país.

 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) comunicou nesta sexta-feira (2) a suspensão da interdição cautelar que determinava o recolhimento e comercialização do lote M4 21:18 do achocolatado Itambezinho, da marca Itambé. O anúncio foi feito após laudo divulgado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), nesta quinta-feira (1º), identificar veneno em bebida ingerida por menino de 2 anos, que morreu na semana passada, em Cuiabá. A contaminação do produto foi descartada.


“A Anvisa reitera que a empresa Itambé não foi responsável pelo ocorrido e que a hipótese de contaminação decorrente do processo de fabricação do produto está descartada”, diz trecho da nota.
Segundo a Anvisa, a revogação da resolução será publicada na próxima segunda-feira (5).
A comercialização do lote estava suspensa desde o dia 29 de agosto, depois da publicação da portaria no Diário Oficial da União.
Após a comprovação do envenenamento da bebida consumida pela criança, a Itambé publicou nota lamentando o ocorrido, afirmando que se solidariza com a dor da família e que reforça o compromisso com os consumidores ao entregar produtos com qualidade.
A suspensão da interdição é necessária devido à comprovação de que cinco unidades do achocolatado haviam sido adulteradas, de acordo com a Anvisa. A partir da publicação da revogação, o lote do produto poderá ser comercializado normalmente.
“A Anvisa reitera que a empresa Itambé não foi responsável pelo ocorrido e que a hipótese de contaminação decorrente do processo de fabricação do produto está descartada”, diz trecho da nota.
Disponível em : http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2016/09/anvisa-comunica-suspensao-da-interdicao-de-lote-de-achocolatado.html

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Encontrada no Brasil bactéria resistente a um dos mais poderosos antibióticos

Diego Freire | Agência FAPESP – Recentemente descoberto na China e também encontrado em países da Europa, da Ásia e da África, o gene mcr-1, que causa resistência a uma classe de antibióticos utilizados justamente para tratar infecções por bactérias multirresistentes, foi identificado pela primeira vez no Brasil em cepas da bactéria Escherichia coli isoladas de animais de produção.
Os pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) responsáveis pela identificação da bactéria também reportaram o primeiro caso de infecção humana no Brasil, em um hospital de alta complexidade em Natal (RN), por uma cepa da bactéria portadora do gene e resistente a Colistina (polimixina E), um dos mais poderosos antibióticos, considerados como último recurso no tratamento de infecções produzidas por bactérias que não respondem a outras drogas.
“A aparição desse gene no Brasil pode contribuir para o surgimento de bactérias totalmente resistentes aos antibióticos, com risco de enfrentarmos uma situação similar ao que foi a era pré-antibiótica, quando doenças comuns, como uma infecção urinária ou um ferimento profundo na pele, levavam facilmente a óbito”, alerta Nilton Lincopan, responsável pela pesquisa Monitoramento de bactérias Gram-negativas multirresistentes de importância médica (humana e veterinária): impacto clínico/ambiental e desenvolvimento de alternativas terapêuticas e produtos de inovação tecnológica, realizada com apoio da FAPESP.
Os resultados da pesquisa foram publicados nas revistas científicas Eurosurveillance, do European Centre for Disease Prevention and Control, e Antimicrobial Agents and Chemotherapy, da American Society for Microbiology.
Superbactéria
Descoberta em 1949, a produção de Colistina foi descontinuada entre a década de 1970 e o ano 2000 por sua elevada toxicidade, ficando o antibiótico restrito ao uso veterinário. No início do século, entretanto, com a emergência de bactérias produtoras de enzimas responsáveis por provocar resistência a praticamente todos os antibióticos beta-lactâmicos, como as penicilinas, a Colistina voltou a ser utilizada como última alternativa terapêutica no tratamento de infecções produzidas por microrganismos multirresistentes, principalmente associadas a surtos de infecção hospitalar.
Por muito tempo, conta Lincopan, a comunidade científica internacional acreditou que o desenvolvimento da resistência bacteriana a Colistina seria um processo difícil. “Porém, ao final do ano passado, um artigo alarmante foi publicado na revista Lancet Infectious Diseases, em que pesquisadores chineses descreveram a identificação de um novo gene (o mcr-1) que confere resistência contra polimixina E e polimixina B.”
Ainda mais preocupante, de acordo com o pesquisador, foi a descoberta de que o gene é facilmente transferível de uma espécie bacteriana a outra por meio de plasmídeos, fragmentos de DNA extracromossômicos que podem se replicar autonomamente e que podem ser transferidos entre diferentes espécies bacterianas por conjugação – processo de reprodução das bactérias por meio do qual pedaços de DNA passam diretamente de uma para a outra. O fragmento de DNA transferido se recombina com o material genético da bactéria receptora, produzindo novas combinações genéticas que serão transmitidas às células-filhas na próxima divisão celular.
Cepas bacterianas carregando o gene mcr-1 foram encontradas tanto em animais de produção como em seres humanos, levantando suspeitas sobre a existência de uma cadeia na disseminação da resistência a Colistina que começa a partir do uso do antibiótico na alimentação animal, propagando-se para os animais abatidos, os alimentos derivados e o ambiente.
Diante da ameaça de que muitas infecções poderiam se tornar intratáveis, um alerta mundial foi emitido no início do ano pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos. Segundo Lincopan, papers de pesquisadores de diferentes países reportaram em seguida a identificação do gene mcr-1 em cepas de bactérias clinicamente importantes, como Escherichia coliSalmonella spp. e Klebsiella pneumoniae.
“O aspecto mais assustador sobre o gene é a facilidade com que ele é transferido entre diferentes espécies bacterianas. Consequentemente, algumas bactérias hospitalares têm alinhado este gene junto a outros de resistência a antibióticos, favorecendo que a espécie bacteriana receptora fique resistente a praticamente a totalidade dos medicamentos. Assim, se um paciente estiver gravemente infectado, por exemplo, por uma E. coli, não haverá nada que se possa fazer”, diz o pesquisador.
Urgência epidemiológica
De acordo com Lincopan, suspeita-se que a principal razão para o surgimento e a propagação do mcr-1 seja o uso exacerbado de Colistina na produção agropecuária, como promotora de crescimento. Entretanto, a presença do gene também foi descrita em amostras de animais domésticos, alimentos e ambientes aquáticos, evidenciando a disseminação para diversos ecossistemas.
“No Brasil, no início deste ano, nosso grupo de pesquisa identificou pela primeira vez a presença do gene mcr-1 em animais de produção das regiões Sudeste (São Paulo e Minas Gerais) e Sul (Paraná e Santa Catarina), o que deve ser considerado uma urgência epidemiológica e um alerta para as implicações no agronegócio, visto que o país é um grande produtor e exportador de produtos de origem animal.”
Para os pesquisadores, os órgãos reguladores do setor deveriam reavaliar o uso de antibióticos como a Colistina.
“O impacto real da resistência bacteriana no Brasil também precisa ser avaliado pelo poder público e pela comunidade científica. Além disso, devemos privilegiar a educação sobre o uso racional de antibacterianos. Clinicamente, muitos estudos e reuniões científicas têm alertado que bactérias multirresistentes estão adquirindo um caráter de endemicidade em centros hospitalares, sendo frequentemente associadas a altas taxas de falha terapêutica e subsequente morbimortalidade”, conta Miriam Fernandes, aluna de doutorado da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP e primeira autora dos artigos publicados. “Estes esforços poderiam evitar uma situação irreversível”.
Um plano de ação global contra o risco do colapso dos antibióticos, avalia Lincopan, deve incluir “o uso racional desses fármacos na saúde humana e animal, o reforço da vigilância epidemiológica e o estímulo de pesquisas na área, a educação da população e dos profissionais da saúde humana e veterinária, assim como fazendeiros e produtores, sobre o uso adequado de antibióticos e o desenvolvimento de novos compostos e ferramentas de diagnóstico”.



segunda-feira, 28 de março de 2016

PROCESSO SELETIVO 2016/1

Olá pessoal!

O Projeto Higiene e Segurança de Alimentos, da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), está com vagas para acadêmicos dos cursos de Farmácia, Química e Nutrição.
Os alunos interessados deverão entregar o histórico escolar dia 31 de março (quinta feira), das 11 às 12 horas na sala da professora Sandra Veiga. Às 12 horas será realizado o sorteio e divulgação dos temas para a apresentação oral (duração de 10 minutos), que será realizada dia 1º de abril (sexta feira), às 13 horas, no laboratório de Microbiologia de Alimentos.

Temas propostos:
·         Higiene e Boas Práticas nos serviços de alimentação.
·         Contaminantes alimentares
·         Aditivos alimentares
·         Alimentação do adolescente
·         Alimentação da criança- PNAE
·         Alimentação da gestante
·         Alimentação do idoso

Referências: RDC 216 de 2004, RDC 218 de 2005, Cartilha de Boas Práticas nos Serviços de Alimentação e o PNAE.


O candidato deve gostar de trabalhar com o público, uma vez que as atividades envolvem tanto a comunidade acadêmica, quanto a externa.

domingo, 6 de março de 2016

Alimentos que um especialista em segurança alimentar diz que nunca comeria



A forma com que os alimentos são processados diz muito sobre sua qualidade, pois existem várias chances para que agentes patogênicos cheguem a nossas mesas. E na maioria dos casos é muito difícil rastrear as fontes destas contaminações.

Embora sejam recolhidas amostras de alimentos contaminados para investigação, dificilmente conseguem identificar um alimento ou ingrediente específico vinculado aos surtos.

Bill Marler, advogado e especialista em segurança alimentar, representou vitimas de vários surtos de intoxicação que ocorreram nos Estados Unidos nos últimos 20 anos. Baseado nos casos que representou, Marler publicou em uma revista online, a Bottom Line Health, uma lista com seis alimentos que, segundo ele, jamais comeria. Veja abaixo:

1. Leite e sucos sem pasteurização
Segundo Marler, estes alimentos podem estar contaminados com vírus, parasitas e bactérias como a Salmonella, E. coli e Listeria.
O leite sem pasteurização tem 150 vezes mais chances de causar doenças do que os produtos lácteos pasteurizados.
E a mesma advertência se aplica aos sucos não pasteurizados, muitos populares em lojas de produtos saudáveis ou comprados nas ruas, feitos de frutas, que podem conter bactérias perigosas.
2. Brotos ou germinados (de soja, feijão, alfafa etc) crus
Marler afirma que todo tipo de germinado pode propagar uma infecção bacteriana que tem origem em suas sementes. Mas o especialista também acrescenta que, se os brotos forem bem cozidos, ele comeria sem problemas.
Os brotos crus ou levemente cozidos já foram ligados a mais de 30 surtos bacterianos nos Estados Unidos, principalmente causados por Salmonella e E. coli.

3. Carne malpassada (inclusive hambúrguer)

ThinkstockO motivo dos alimentos muito processados, como a carne moída, precisarem de um cozimento é porque durante seu processamento estes alimentos podem ser contaminados por bactérias das superfícies e instrumentos utilizados para o corte ou para maceração. Assim se esta carne não for bem cozida a 70° graus em todas as suas partes poderá causar intoxicação por E. coli, Salmonella e outras bactérias.

4. Frutas e vegetais que se vendem lavados ou cortados, "prontos" para comer
"Fujo destes como se fosse uma praga", disse Marler.
Ele afirma que quando mais manipulado é o alimento, maior é o risco de contaminação. 
Apesar de ser muito conveniente encontrar as saladas, frutas ou verduras prontas para o consumo, as vezes não vale muito a pena correr este risco.
5. Ovos crus ou semicrus
O ovo é um dos alimentos mais nutritivos e econômicos do mundo, mas tem muitos riscos, principalmente surtos de infecções alimentares com Salmonella. Para evitar estas doenças, recomendam armazenar os ovos na geladeira e servi-los somente após o cozimento.

6.  Ostras e outros moluscos crus

APSegundo Bill Marler os moluscos crus, principalmente as ostras, estão causando cada vez mais intoxicações.
"As ostras são animais filtradores, quer dizer, recolhem tudo o que está na água. Se existe bactéria, ela entra em seu sistema e se você comer esta ostra terá problemas", afirmou.