quarta-feira, 24 de maio de 2017

Conheça a Pseudomonas aeruginosa, a bactéria oportunista!

CARACTERÍSTICAS GERAIS




As espécies do gênero Pseudomonas pertencem à família Pseudomonadaceae e são bacilos Gram-negativo não fermentadores de glicose, não-esporulados, aeróbios e móveis, devido à presença de um flagelo polar.
Estes micro-organismos possuem necessidades mínimas nutricionais e tolerância a uma grande variedade de condições físicas, incluindo elevada temperatura.  Sendo assim, encontra-se amplamente distribuídas no solo e na água, e podem fazer parte da microbiota normal do trato intestinal e pele de cerca de 3 a 5% da população.


A Pseudomonas aeruginosa apresenta-se na forma de bastonetes de 0,5 a 0,8 µm de largura por 1,5 a 3,0 µm de comprimento e suas células podem ser visualizadas ao microscópio como isoladas, aos pares ou em cadeias curtas. Esta espécie é um importante patógeno humano, tendo características invasivas e toxigênicas, uma vez que, além de sua estrutura e componentes da membrana celular, produz metabólitos extracelulares que estão envolvidos com a sua patogênese.

Sua patogênese está vinculada com infecções oportunistas, que estão frequentemente relacionadas com infecções hospitalares, especialmente em paciente imunodeprimidos. Então, este micro-organismo é considerado um patógeno oportunista, pois raramente está associada a infecções comunitárias em indivíduos imunocompetentes, mas quando isto ocorre, essas infecções estão envolvidas com contaminação de água pela bactéria Pseudomonas muito relacionado com surtos de gastrenterites veiculadas pela água. E no Brasil, a Pseudomonas tem aparecido com relativa frequência em exames bacteriológicos de águas cloradas, não-cloradas e até minerais naturais

 A INFECÇÃO POR Pseudomonas aeruginosa, SEUS SINAIS E SINTOMAS


.Os fatores de transferência de infecção estão relacionados aos produtos alimentares (leite, produtos à base de carne) e água, ocasionando enterocolite aguda, onde os sinais e sintomas estão descritos a seguir:

A intensidade destes sinais e sintomas depende da idade e do estado da imunidade do paciente. Os jovens e adultos apresentam inicialmente vômitos de forma aguda, dor na área epigástrica. Além disso, o paciente sente falta de apetite, náuseas, febre (em torno de 38ºC), e diarreia, com presença de muco e/ou sangue e tem duração de 3 a 4 dias.

As crianças apresentem febre com temperatura mais elevada (em torno de 39ºC), regurgitação frequente ou vômitos, recusa de ingestão de alimentos, letargia, fezes moles podendo ser verdes com presença de muco e/ou sangue. Juntamente com o campo de opções de acontecer a patologia de forma aguda com sintomas visíveis,  a própria doença dura até 4 semanas.

E há especialmente na primeira infância, um risco de hemorragia gastrointestinal, desidratação, e na idade avançada há o risco de se adquirir apendicite e colecistite, concomitante com lesões intestinais.

ATUALIDADE

Biorremediação:uma forma de utilizar as bactérias como aliadas com o objetivo de mundo mais limpo, leia mais a seguir :


REFERÊNCIAS UTILIZADAS:

TORTORA, Gerard J. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. xxviii, 934 p., il. color. Inclui apêndice e índice. ISBN 9788536326061 (enc.). Disponível em: <www.grupoa.com.br/tortoramicrobiologia10ed>. Acesso em: 23 mai. 2017.






domingo, 14 de maio de 2017

Yersinia enterocolitica


Yersinia enterocolitica


Yersinia
Fonte: www.cdc.gov

  Bactérias do gênero Yersinia são bacilos gram-negativos pertencentes à família Enterobacteriaceae, sendo a Yersinia enterocolitica a mais prevalente em seres humanos. São patógenos invasivos que induzem uma resposta anti-inflamatória nos tecidos infectados, o íleo distal e em particular o tecido linfóide intestinal são os alvos principais da infecção. Podem causar destruição localizada de tecidos, levando à formação de microabcessos, essas lesões são constituídas de microcolônias de bactérias, rodeadas por células inflamatórias. Se a bactéria conseguir escapar dos linfonodos e cair na corrente circulatória, alcançará órgãos mais distantes, sempre mostrando tropismo (afinidade) por tecidos linfoides.
  A Y. enterocolitica é resistente ao congelamento, podendo sobreviver em alimentos congelados e se multiplicando em temperatura ótima entre 25 a 28ºC, porém são sensíveis ao calor, sendo destruídas por pasteurização a 71,8 ºC.
   Os porcos são o maior reservatório de algumas estirpes de Y. enterocolitica, que causa a doença em humanos, mas também roedores, coelhos, ovelhas, cães e gatos podem ser fontes de infecção.

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Como ocorre a contaminação?

  Grande parte das pessoas são infectadas ao alimentar-se de comida contaminada com as fezes de animais doentes, especialmente carne de porco crua ou mau cozida, ou através do contato com pessoas que prepararam o produto contaminado, como por exemplo, crianças podem se infectar ao ter contato com seus cuidadores que tiveram as mãos contaminadas e não a lavaram e com isso podem infectar brinquedos, chupetas ou mamadeiras. Alguns casos também envolvem pessoas que ocasionalmente são infectadas depois de beber leite ou água contaminada mal fervida ou não clorada.


Quais são os sintomas?

  A maioria dos sintomas da infecção por Y. enterocolitica ocorre em crianças, principalmente naquelas abaixo de cinco anos de idade. Nesses pacientes, a yersiniose apresenta-se como diarréia, frequentemente acompanhada por febre baixa e dores abdominais. A duração da doença típica varia de poucos dias a três semanas, embora alguns doentes desenvolvam enterocolite crônica que pode persistir por vários meses.

E o diagnóstico?

  O diagnóstico é feito detectando a bactéria nas fezes de pacientes infectados. Muitos laboratórios não incluem o teste de Yersinia como rotina, então é muito importante que sinais clínicos sejam notificados ao laboratório quando yersiniose for suspeita. O tratamento basicamente é administrar antibiótico, caso haja complicações.

Como se proteger das Yersinioses?

·         Evitar comer carne de porco crua ou mau cozida
·        Consumir leite e derivados, como queijo, iogurte e sorvete, devidamente pasteurizados
·       Lavar bem as mãos com sabão e água corrente antes das refeições e preparo de comidas e após contato com animais e com carnes cruas
·         Lavar bem brinquedos, chupetas e mamadeiras das crianças, além de lavar as mãos antes de tocá-los
·       Evitar contaminação cruzada utilizando uma faca para cortar as carnes e outra para cortar outros alimentos. Tomar sempre o cuidado de manter os utensílios da cozinha sempre higienizados.
·     Se você tem animais em casa, tomar os devidos cuidados sanitários com a fezes desses animais



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Fontes: https://www.cdc.gov/yersinia/
http://www.quali.pt/microbiologia/484-yersinia-enterocolitica
 FALCÃO,J.P. Importância deYersinia enterocolitica em microbiologia médica. Revista de ciências farmacêuticas básica e aplicada, v. 27, n.1,p. 9-19, 2006.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Norovírus

Importância
Os Norovírus são vírus de formato arredondado e pequeno, causadores de gastroenterites, que foram descobertos recentemente, na década de 1970. Eles estão intimamente associados a surtos em locais confinados ou de contato próximo. 

Patologia
Os Norovírus são altamente contagiosos, pois poucas partículas são necessárias para infectar uma pessoa.  O contato com o aerossol do vômito de uma pessoa infectada, por exemplo, pode ser suficiente para a transmissão. Além disso, tem alta resistência, permanecendo em superfícies com as quais uma pessoa infectada teve contato, o que torna o compartilhamento de espaços e objetos, um problema.
A transmissão da norovirose se dá por meio de água contaminada, alimentos manipulados por pessoas infectadas, contato direto com o material fecal de uma pessoa doente ou por contato com superfícies contaminadas.

Sinais e sintomas da doença
Após a ingestão, os vírus sobrevivem no estômago, prejudicando o esvaziamento gástrico. No intestino prejudicam a absorção de água e nutrientes, causando diarreia branda, autolimitada e não sanguinolenta, um dos sintomas principais, além de vômito, febre, dores abdominais e de cabeça. A gravidade pode variar de pessoa para pessoa, sendo que os sintomas mais graves aparecem em crianças e idosos. Em geral, os sintomas costumam desaparecer depois de dois ou três dias, porém a disseminação viral ainda continua por duas semanas após o encerramento dos sintomas. A recomendação central é evitar a desidratação e procurar auxílio médico. 

Situações mais envolvidas
Como já dito, eles estão associados a surtos em locais confinados ou de contato próximo, como por exemplo: navios, asilos, ambientes hospitalares ou em uma mesma família. Hoje em dia são considerados um problema mundial, devido a sua rápida transmissão e difícil controle, sendo responsáveis por 99,9% dos surtos de gastroenterites em navios.

Curiosidades
A interrupção da transmissão é a primeira medida a ser tomada para prevenir novas infecções, tendo a lavagem das mãos com água e sabão, antes e depois de ter contato com o paciente ou com os objetos usados por ele, é de fundamental importância.
Além disso, os manipuladores de alimentos devem usar luvas plásticas. É necessário também limpar todas as superfícies com hipoclorito a 2%, pois os Norovírus persistem em superfícies inanimadas secas de 8 horas a 7 dias. Funcionários doentes não devem preparar alimentos por um período mínimo de 3 dias após a doença, para evitar os surtos de gastroenterites.
Como não há um tratamento para combater as noroviroses, o foco consiste em prevenção e tratamento da desidratação secundária da doença. A hidratação é geralmente mantida, usando-se fluido oral com líquidos isotônicos. A hospitalização em casos de desidratação grave, embora rara, pode ser necessária. Sintomas como dor de cabeça, mialgia e náusea podem ser combatidos com analgésicos e antitérmicos.

Atualidades
Frente à imensa dificuldade no controle da transmissão, o desenvolvimento de uma vacina surge como uma possível solução. Estudos têm sido desenvolvidos nos Estados Unidos com vacinas candidatas, mas como existe alta variabilidade genética dos norovírus, o desenvolvimento de uma vacina se torna complexo. Talvez, a saída seja o desenvolvimento de uma vacina atualizada periodicamente, acompanhando o monitoramento dos vírus circulantes, como acontece hoje com a vacina da gripe.

Fontes