quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Segurança alimentar: algumas formas de contaminação dos alimentos




Segurança alimentar: algumas formas de contaminação dos alimentos

A contaminação de alimentos se dá pela presença de microrganismos ( bactérias, fungos, leveduras, vírus, entre outros), causando mau cheiro, sabor ruim e modificando aparência normal dos alimentos. Em alguns casos o alimento apresenta-se contaminado, mas as modificações não são perceptíveis, o que é muito perigoso.
Por isso a importância de se conhecer quais são as fontes de contaminação, como os microrganismos se desenvolvem, o que eles causam nos alimentos e o que fazer para evitar as fontes de contaminação.

1.    Tipos de contaminação

A contaminação se dá quando ocorre a presença de qualquer material nos alimentos. Poderá ocorrer de três maneiras, física, química e biológica.
·     Física: é a presença de corpos estranhos nos alimentos. Ex: pedras, madeira, cabelo, fragmentos de insetos, entre outros.
·    Química: é a presença de compostos químicos estranhos ou toxinas produzidas nos alimentos por microrganismos. Ex: inseticidas, metais pesados, corantes, medicamentos, entre outros.
·        Biológica: é causada pela presença de microrganismos patogênicos nos alimentos. Ex: bactérias, fungos, vírus, parasitas entre outros.

De todos os contaminantes biológicos as bactérias são as de maior participação nos processos de contaminação de alimentos, pois atuam sob numerosos tipos de substratos, sob diferentes faixas de temperatura e de ph, bem como de condições do meio ambiente.

2.    Fontes de contaminação por microrganismos

As principais fontes contaminantes são:
·         Manipulador de alimentos: quem manipula os alimentos pode contaminar os alimentos em casos de falta de higiene pessoal, favorecer contaminação cruzada e se estiver doente.
·         Ar: a contaminação por ar ocorre porque os esporos de microrganismos são facilmente transportados pelas corrente de ar e chegam aos alimentos desprotegidos.
·         Animais e pragas: a presença de animais e pragas domésticas em ambientes onde os alimentos são acondicionados e preparados se constituem fontes perigosas de contaminação.
·    Instalações físicas: as instalações físicas devem seguir recomendações adequadas, quanto ao revestimento, quantidade de iluminação, escoamento de águas de dejeto, espaçamento entre os planos de trabalho, fluxo de produção, etc. Sem essas recomendações básicas, a instalação física pode se tornar fonte de contaminação dos alimentos e dificultar o trabalho dos manipuladores.
·  Higienização nas instalações, equipamentos e utensílios: as instalações, os equipamentos e os utensílios utilizados na manipulação dos alimentos podem se tornar fontes de contaminação dos alimentos, quando:
- não houver a correta higienização;
- material utilizado inadequado, como tábuas de madeira ou outro material poroso;
- não possibilitar completa limpeza.
·         Água: a água é uma matéria-prima essencial para os diversos processos de manipulação dos alimentos. Mas, ela poderá se tornar uma fonte de contaminação muito intensa, se a sua qualidade não for adequada à elaboração de alimentos seguros.

Portanto para evitar as contaminações os alimentos deverão ser fornecidos de maneira segura, ou seja, o alimento saudável deve estar em ambiente limpo e manipulado por pessoas com higiene e responsabilidade. Assim para evitar a contaminação, existe as cinco chaves para a segurança alimentar:
1.    Manter a limpeza;
2.    Separe alimentos crus de alimentos cozidos;
3.    Cozinhe bem os alimentos;
4.    Mantenha os alimentos a temperaturas seguras;
5.    Use água e matérias-primas seguras.

3.    Referências

BRASIL, Ministério da saúde. Resolução ANVISA- RDC Nº 216, de 15 de setembro de 2004. Regulamento técnico de boas praticas para serviços de alimentação. Brasília: ANVISA, 2004.

Contaminação de alimentos. Disponível em < www.colegioweb.com.br > acesso em 27 de setembro de 2018.

Segurança alimentar; conheça algumas fontes de contaminação de alimentos. Disponivel em< www.cpt.com.br > Acesso em 26 de setembro de 2018.



segunda-feira, 17 de setembro de 2018

BACILLUS CEREUS E SUAS TOXINAS EM ALIMENTOS

As intoxicações alimentares estão entre os maiores desencadeadores de vômitos, diarreias e outros problemas gastrointestinais. Essas intoxicações, que podem até mesmo levar a óbito, podem ser causadas por diferentes agentes, destacando-se o Bacillus cereus.

Características do Bacillus cereus
Bacillus cereus é uma bactéria da família Bacillaceae que se destaca por ter formato de bastão, ser gram-positiva, aeróbica facultativa, formadora de esporos esféricos e responsável pela produção de uma grande quantidade de toxinas. Possui a capacidade de crescer em temperaturas baixas, em torno de 5º C, e de germinar em altas temperaturas, cerca de 50ºC. Os B.cereus, em virtude de sua capacidade de formar esporos, apresentam grande resistência. Os esporos suportam altas temperaturas, desidratação e até mesmo produtos químicos usados para a limpeza. Isso faz com que eles estejam amplamente distribuídos no ambiente, onde causam danos contaminando alimentos. O B. cereus é encontrado principalmente em cereais, leites e derivados, carnes, alimentos desidratados e temperos acondicionados de maneira inadequada. Vale destacar que a falta de higiene também está ligada à contaminação por essa bactéria.

Síndromes causadas pelo Bacillus cereus
Alimentos contaminados pelo Bacillus cereus podem provocar duas síndromes: a emética (vômito) e a diarreica. Essa bactéria produz diferentes toxinas, sendo cada uma responsável por determinados sintomas.
Síndrome emética: é causada por uma toxina que é uma proteína de baixo peso molecular. Ela se assemelha à síndrome causada por uma enterotoxina produzida pelo Staphylococcus aureus e provoca no paciente náusea e vômito. Normalmente, a síndrome está associada à ingestão de arroz cozido que foi colocado em temperatura ambiente. Vale destacar que os surtos também se associam a batatas, massas e queijos.
Síndrome diarreica: A toxina causadora dessa síndrome é uma proteína de grande peso molecular. Assemelha-se bastante a uma síndrome produzida pela enterotoxina de Clostridium perfrigens, uma vez que provoca diarreia, dores abdominais e, algumas vezes, vômito e náusea. 

Reservatório
Frequente no solo, meio ambiente e encontrado em baixos níveis em alimentos crus,    secos ou processados. 

Período de incubação
De 1 a 6 horas em casos onde o vômito é predominante; de 6 a 24 horas onde a diarreia é  predominante.

Modo de transmissão
Ingestão de alimentos mantidos em temperatura ambiente por longo tempo, depois de cozidos, o que permite a multiplicação dos organismos.

Alimentos associados
Uma larga variedade de alimentos tem sido implicada em surtos tais como carnes, leite, vegetais e peixes. Os surtos por vômitos estão mais associados a produtos à base de arroz; entretanto, outros produtos têm sido implicados em surtos como batatas, massas e queijos. Misturas com molhos, pudins, sopas, assados e saladas têm sido implicadas. Uma variedade de métodos de análise é recomendada para a recuperação, identificação e confirmação do B. cereus em alimentos. Mais recentemente, um método sorológico foi desenvolvido para identificação da enterotoxina diarreica do B. cereus para alimentos suspeitos.

Conduta médica e diagnóstico
A confirmação do B. cereus como o agente etiológico em um surto alimentar requer:

1) isolamento das cepas do mesmo sorotipo do alimento suspeito e das fezes ou vômitos de pacientes;

2) isolamento de uma grande quantidade do sorotipo do B.cereus no alimento (geralmente > 105 por grama do alimento incriminado) ou nas fezes ou vômitos dos pacientes ou isolamento do B.cereus de alimentos suspeitos e determinação de sua enterotoxigenicidade por teste  sorológicos( toxina diarreica) ou biológicos( emética e diarreica).O rápido início dos  sintomas na forma  emética da doença, acompanhada de alguma evidência de intoxicação por alimento, é muitas vezes suficiente para diagnosticar esse tipo de intoxicação alimentar.
Medidas de controle 
1) Notificação de surtos- a ocorrência de surtos ( 2 ou mais casos) requer a notificação imediata ás autoridades de vigilância epidemiológica municipal, regional ou central para que se desencadeie a investigação das fontes comuns e o controle da transmissão através de medidas preventivas

2) Medidas preventivas – educação para os manipuladores de alimentos e donas de casa; alimentos não podem permanecer em temperatura ambiente após cozidos, uma vez que os esporos de B. cereus podem sobreviver à fervura, germinando e multiplicando-se rapidamente em temperatura ambiente. As sobras de alimentos devem ser prontamente refrigeradas; reaquecimento rápido e de todo o alimento ajuda evitar a multiplicação dos microorganismos.

Tratamento
O tratamento desse tipo de intoxicação alimentar é sintomático, ou seja, apenas para aliviar os sintomas. Além disso, é necessário realizar uma reposição hidroeletrolítica.




Referências:






segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Vírus da Hepatite A (VHA) transmitido por alimentos contaminados


A hepatite A é uma doença infecciosa aguda, causada pelo vírus da hepatite A (VHA), que é um Picornaviridae, do gênero Hepatovírus. Existem sete genótipos (identidade de 85% ou mais nos nucleotídeos), sendo que três infectam naturalmente primatas não humanos e quatro genótipos que infectam o homem. Os genótipos mais frequentemente encontrados nas infecções humanas são os genótipos I e III. A hepatite A, geralmente é responsável por produzir inflamação e necrose do fígado, sendo sua ingestão fecal-oral através da ingestão de água ou alimentos contaminados. Tal doença pode ocorrer em todos os países do mundo, inclusive nos mais desenvolvidos, embora seja mais comum em locais em que a infraestrutura de saneamento básico é inadequada. Uma pessoa infectada com o vírus da hepatite A pode ou não desenvolver a doença, sendo que a infecção fornece imunidade permanente á doença. Vale ressaltar que desde 1995 estão disponíveis vacinas seguras e eficazes contra tal vírus.

Transmissão: 

A principal forma de transmissão do vírus é de pessoa para pessoa, sendo comum entre crianças que ainda não tenham aprendido noções básicas de higiene. Além disso, a transmissão pode ocorrer também pela ingestão de água e alimentos contaminados. Dez dias após a pessoa ser infectada, desenvolvendo ou não as manifestações clínicas da doença o vírus passa a ser eliminado nas fezes por cerca de três semanas, sendo que o período de maior risco de transmissão da doença varia de uma até duas semanas antes do aparecimento das manifestações clínicas.


Principais alimentos relacionados à contaminação: 

Frutos do mar, como mariscos crus ou inadequadamente cozidos, são grandes transmissores da doença, uma vez que esses organismos concentram o vírus por filtrarem grandes quantidades de água contaminada. 

Sintomas: 

A infecção pelo vírus da hepatite A, pode ou não desencadear em doença. Quando surgem manifestações, elas podem ocorrer de 15 a 50 dias após o contato com o vírus. Em geral, o ínicio é caracterizado por febre baixa, perda de apetite,  mal estar e vômitos. No desenvolver da doença, pode surgir icterícia, as fezes tornam-se então amarelo-esbranquiçadas e a urina meio castanho avermelhada. Em geral, quando ocorre icterícia, os outros sintomas diminuem e o risco de transmissão do vírus torna-se mínimo.

Tratamento: 

A hepatite A, não tem um tratamento específico. Sendo recomendado apenas medidas terapêuticas, que visam reduzir os incômodos das manifestações clínicas. Como repouso e abolição de bebidas alcoólicas.

Prevenção

A doença pode ser evitada através da prevenção de ingestão de água e alimentos contaminados, oque inclui utilização de água clorada ou fervida, alimentos certamente bem cozidos, preparados de acordo com as medidas indispensáveis de higiene. Deve-se lavar bem as mãos antes de refeições ou antes do preparo das mesmas. Além disso, pode ser prevenida através da vacinação ou pela utilização de imunoglobulina intramuscular. 

Período de incubação:

Apresenta um período de incubação de 3-6 semanas, com sintomas que se desenvolvem gradualmente.



Referências:

http://www.cives.ufrj.br/informacao/hepatite/hepA-iv.html
http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v36n3/16341.pdf
https://www.news-medical.net/news/2008/04/09/33/Portuguese.aspx
https://www.tuasaude.com/hepatite-a-tem-cura/