domingo, 23 de abril de 2017

Conheça mais sobre o Rotavírus

Rotavirus é um género de vírus de RNA, da família Reoviridae. Existem sete sorotipos diferentes de rotavirus, mas somente três deles infectam o homem e causam gastrenterite aguda, por isso, a pessoa pode ser infectada mais de uma vez. São os agentes virais mais associados às doenças diarreicas aguda, atingindo não só humanos mas também mamíferos e aves. A estimativa é que até os cinco anos todas as crianças terão pelo menos um episódio de infecção e que uma em cada 300 infectadas pode morrer em consequência das complicações. Apesar de infectar em todas as idades, causando diarreia, é mais comum em crianças de seis meses a dois anos, mas também em jovens, durante todo período escolar.

Contaminação
A contaminação ocorre por via fecal-oral, ou seja, o vírus é eliminado em grande concentração nas fezes, e assim contamina água e alimentos; transmite também por pessoa a pessoa.
Sintomas
Os principais sintomas causados pelos três sorotipos que infectam os humanos são: diarreia aguda, aquosa (podendo levar a desidratação), vômitos, febre e mal-estar, coriza e tosse (às vezes). Este quadro dura alguns dias e depois regride.
Diagnóstico
O diagnóstico deve ser feito pelo exame de fezes a procura do vírus, logo nos primeiros dias da doença.

Tratamento
Para tratar, é necessário a ingestão de muita água, para evitar a desidratação. 
Prevenção
Para evitar a doença, deve ser a higiene das mãos frequente com água e sabão, principalmente e antes e após as refeições. Deve-se também, fazer a higiente correta dos alimentos e beber água tratada. Lavar bem e deixe mergulhados em solução desinfetante frutas e legumes que vão ser ingeridos crus.
Vacina
Desde 2006 a vacina contra Rotavírus está no calendário do Programa Nacional de Imunizações. Há a vacina monovalente e a pentavalente. A monovalente, que deve ser administrada por via oral em duas doses (aos dois e quatro meses) e a pentavalente, em três doses (aos dois, quatro e seis meses). 
Referências
https://drauziovarella.com.br/crianca-2/infeccao-por-rotavirus/
http://www.scielo.br/pdf/rsp/v38n6/14.pdf
https://www.bio.fiocruz.br/index.php/rotavirus-sintomas-transmissao-e-prevencaohttp://www.jped.com.br/conteudo/99-75-S91/port.pdf

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Importancia clínica da Escherichia coli enteropatogênica clássica (EPEC)

A Escherichia coli (E. coli) é um bacilo gram-negativo, anaeróbio facultativo flagelado. Apesar de fazer parte da microbiota normal do intestino humano certos sorotipos são patogénicos para o homem e estes não são considerados como fazendo parte da flora intestinal normal. A E. coli é clinicamente importante por causar doenças diarreicas e por isso é utilizada como organismo indicador de contaminação fecal em água e em alimentos.
 A EPEC é importante causa de diarreia aguda e também pode causar diarreia persistente em crianças recém-nascidas e lactentes jovens; nos países em desenvolvimento e mesmo nos países desenvolvidos continua a ser um problema de saúde pública. Diarreias causadas por EPEC apresentam elevada mortalidade, pois em geral são mais severas do que as causadas por outros patógenos

Atuação da bactéria, sinais e sintomas:
O mecanismo central na patogênese da EPEC caracteriza-se pela aderência à mucosa intestinal provocando um rearranjo na célula hospedeira, causando uma significativa deformação celular. A causa da diarreia é provavelmente as mudanças na estrutura das células intestinais, devido à aderência da EPEC, e destruição das microvilosidades.
Os principais sintomas clínicos são diarreia aquosa acompanhada de febre, mal-estar, dores abdominais, vómitos, dores de cabeça, febre e arrepios. O período de incubação vai de 17 a 72h e a diarreia pode ter duração de 6h a 3 dias

Contaminação:
Infecções causadas por E. coli ocorrem por três vias principais: o contato direto com animais, o contato com humanos e o consumo de alimentos contaminados. A principal causa de contaminação fecal de água ou de alimentos é devido a saneamentos deficientes, más práticas de fabricação e higiene pessoal inadequada.

Através do contato com animais a contaminação pode ser:
 fecal-oral durante a criação de animais;
• contaminação das terras quando os excrementos dos animais são utilizados como fertilizantes sem qualquer tratamento prévio;
• contaminação fecal das carcaças devido ao não cumprimento das boas práticas durante o abate e a evisceração;
• consumo de leite cru com contaminantes fecais;
• consumo de leite proveniente de vacas com mastites causadas por E. coli .
• consumo de água contaminada.
os principais alimentos fontes de contaminação são carnes mal cozidas, principalmente de origem bovina, alface, sumos de fruta não pasteurizados, queijo curado e leite cru.

Prevenção:
O estabelecimento de boas práticas e de ações corretivas com o objetivo de reduzir a contaminação fecal ao longo de toda a cadeia alimentar contribui para a redução da contaminação por E. coli., o controle da contaminação deve ter como principal objetivo a minimização da sua presença durante a criação e o abate de animais, principalmente bovinos. Para a prevenção das infecções por E. coli deve-se também evitar o consumo de carnes mal cozidas, de bovino em particular, de leite não pasteurizado e de água não tratada.

Referências:


sexta-feira, 14 de abril de 2017

Intoxicação alimentar causada pela bactéria Clostridium botulinum

Clostridium botulinum é uma bactéria anaeróbica, gram positiva, com capacidade de esporulação o que lhe confere maior resistência ao calor e matem sua sobrevivência em alimentos. A doença causada por essa bactéria é denominada botulismo, na qual provoca neuroparalisia grave e pode levar até a morte por paralisia muscular respiratória.


A ocorrência do botulismo se da por meio do contato do indivíduo com a toxina do bacilo, visto que pode ser através de uma contaminação de uma ferida pela bactéria, porém a mais comum é por ingestão de alimentos contaminados, na maioria dos casos, alimentos em conserva principalmente as artesanais (palmito, picles, pequi ); produtos cárneos, cozidos, curados e defumados artesanalmente ( salsicha e presuntos) e raramente em alimentos enlatados, pois esses passam por um controle de qualidade. Também estudos mostram há ocorrência dessa doença em crianças menores de um ano de vida, devido a ingestão de mel, sendo esse a principal fonte de risco para o botulismo infantil.

Sintomas

A manifestação dos sintomas pode ocorrer através de dores de cabeça; tontura; visão dupla; diarreia; náuseas; vômitos; dificuldade de respirar e comprometimento de nervos cranianos.

Tratamento 

Para que o tratamento seja efetivo necessita-se de um diagnóstico precoce da doença, pois o quanto antes o indivíduo contaminado for levado a um hospital e receber os devidos cuidados que  é feito através da administração de soro antibotulínico, em que tem como objetivo evitar que a toxina circulante no sangue alcance o sistema nervoso, assim , evitando o progresso da doença.


Confira algumas medidas de prevenção contra esta intoxicação alimentar

• A prevenção das intoxicações está diretamente relacionado as medidas básicas de higiene como lavar as mãos antes das refeições e depois de usar o banheiro.


• Evitar o consumo de alimentos de conserva e analisar as embalagens, cheiros e aspectos de alimentos enlatados.

• Realizar a fervura de alimentos de conservas e enlatados, antes de serem consumidos, é um método que irá destruir toxinas liberadas pela bactéria no alimento.

• O mel pode ser um reservatório de bactérias botulínicas, por isso consuma só de empresas confiáveis ( Vale lembrar que não é recomendável  administrar mel de abelha para crianças menores de 1 ano de idade, pelo risco de intoxicação).

Dessa maneira, note-se que é de extrema importância que as pessoas saibam mais sobre Clostridium botulinum e o que ele pode vir a causar, se não tomada as devidas medidas  de prevenção, assim, inserindo as na rotina diária para evitar a intoxicação por esse bacilo.











segunda-feira, 10 de abril de 2017

Saiba mais sobre o Aspergillus e os problemas causados por ele



O Aspergillus é um gênero de fungos que apresenta coloração branca amarelada com formação de pedúnculos e uma ponta colorida. São importantes agentes decompositores de alimentos. Existem mais de 200 espécies encontradas na natureza. O Aspergillus foi catalogado em 1729, pelo padre italiano e biólogo Pietro Antônio Micheli. Observando o fungo no microscópio, Micheli lembrou-se da forma de um aspergillum (borrifador de água santa), e nomeou a espécie de acordo com o objeto.
                               

Patologia, sinais e sintomas da doença 
As substâncias denominadas aflatoxinas são produzidas por espécies de fungos, essencialmente por Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus.
A aflatoxina tem recebido grande atenção em comparação com as demais micotoxinas, devido aos efeitos carcinogênicos que podem provocar em animais e o efeito agudo tóxico em seres humanos. As aflatoxinas
representam o grupo de micotoxinas com mais resultados positivos em alimentos já relatados.
A contaminação e a deterioração dos alimentos causados por fungos são mais comuns que as originadas por qualquer outro grupo de microrganismos. A contaminação por fungos é importante não apenas sob o ponto de vista sensorial, mas também pelo perigo que a produção de micotoxinas representa para o consumidor.
Cerca de 16 a 20 espécies podem infectar o homem causando Aspergilose, sendo as mais comuns A. fumigatus, A. flavus e A. niger. As manifestações clínicas vão desde reações de hipersensibilidade (aspergilose alérgica) até formas pulmonares e cerebrais (aspergiloma ou bola fúngica).
Alimentos ou situações mais envolvidas
Os fungos podem promover prejuízos significativos aos alimentos. Quando presentes em sementes ocasionam perda do poder germinativo. No arroz e na manteiga de cacau afetam a qualidade, promovendo descoloração, e no café produzem aromas desagradáveis. Podem, ainda, alterar as condições físicas dos produtos, reduzir o valor nutritivo, alterar o aspecto externo, produzir aflatoxinas e favorecer a ação de outros agentes de deterioração, como leveduras, bactérias e insetos.
Em termos de maior e menor susceptibilidade, a contaminação dos alimentos por fungos, tendo em vista sua natureza, composição e uso, ocorre na seguinte ordem: cereais, subprodutos de cereais(essencialmente o trigo), subprodutos de matadouros de aves, farinhas de alfafa, mandioca, soja integral, girassol integral, algodão, farinha de soja, farinha de girassol, glúten de arroz e outros.
Curiosidade e Atualidade
A Anvisa publicou no dia 10/04/2017 em seu portal a  proibição de um lote do amendoim da marca Produtos Paulista, pois o produto apresentou alto teor de  aflatoxinas, produzidas por fungos da espécie Aspergillus. A legislação brasileira define um limite máximo tolerado em quantidades que não prejudique a saúde humana, pois seu acúmulo no organismo pode levar ao aparecimento de câncer após alguns anos.



Prevenir a contaminação pelo fungo Aspergillus sp continua sendo a melhor medida para evitar a presença de aflatoxina em alimentos e garantir a segurança alimentar. Deve haver a prevenção do desenvolvimento desses fungos em grãos e outros vegetais, com base, principalmente na secagem rápida desses alimentos, seguida de armazenamento com condições controladas de umidade relativa do ambiente. Já que umidade e temperatura elevada favorece o crescimento desse fungo. Portanto, a melhor medida preventiva é evitar a contaminação pelo Aspergillus sp.
Referência: