segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Helicobacter pylori



A bactéria Helicobacter pylori, chamada de H. pylori, é um bacilo (bactéria) adaptado ao meio ácido do estômago, com a forma de um bastão curvo e espiralado, que tem a capacidade de nadar pelo suco gástrico e atingir a mucosa que reveste o estômago estabelecendo-se na superfície das células epiteliais. A H. pylori deixa as paredes do estômago vulneráveis à acidez do próprio órgão, pois causa um importante processo inflamatório conhecido como gastrite e/ou úlcera. Por isso é o principal causador de doenças como infecção gástrica, úlcera péptica e até mesmo câncer no estômago, doença grave, mas em muitos casos assintomática.

Essa bactéria é encontrada mundialmente e afeta principalmente o Brasil, onde se estima que 70%  da população esteja infectada, tendo seu início na infância.


Sintomas

Grande parte da população que é infectada pelo H.Pylori não apresenta sintomas. Mas quando a infecção se manifesta, enjoos e dores de estômago são os maiores desconfortos dos pacientes.

Os sintomas pela infecção pelo H. pylori podem ser:
  • ·         Dor epigástrica
  • ·         Náuseas
  • ·         Vômitos
  • ·         Eructos (arrotos) frequentes
  • ·         Sensação de empachamento (estômago cheio)
  • ·         Perda de peso
  • ·         Refluxo
  • ·         Sangramento em nos casos mais graves

 Os sintomas aparecem devido às alterações ulcerosas causadas pela bactéria no estômago ou por causa de um quadro chamado de dispepsia funcional, que é uma dor ou desconforto estomacal crônico, que não apresenta nenhuma alteração ao nível do estômago que possa justificar os sintomas.


Contaminação

Em geral a infecção é transmitida por contato íntimo, pela saliva, pela ingestão de água ou alimentos contaminados e por via fecal-oral. O desenvolvimento da doença, no entanto, difere de pessoa para pessoa. A maioria dos infectados são assintomáticos e provavelmente não vão desenvolver lesões. Este aspecto depende do tipo de resistência da bactéria e da resposta do organismo de cada indivíduo à infecção.


Prevenção

Como a contaminação pela bactéria ocorre devido à ingestão de alimentos mal higienizados, a forma de se prevenir desta infecção é ter cuidados básicos de higiene, como fazer a lavagem das mãos antes da manipulação dos alimentos, lavar bem os alimentos que serão consumidos crus, lavar sempre os utensílios utilizados e também lavar as mãos após a realização das necessidades fisiológicas.

Prevenção é a melhor forma de combater a infecção por H. Pylori, visto que alguns tipos da bactéria podem ser muito resistentes aos antibióticos.


Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico pode ser feito com exames de sangue, teste respiratório, exame de fezes e endoscopia digestiva. A endoscopia digestiva permite avaliar não apenas o estômago, mas também o esôfago e a porção inicial do intestino, além da possibilidade de biópsia de lesões e detecção do tipo de bactéria presente no estômago.

O tratamento da infecção pelo H. Pylori é através de sua erradicação com o uso antibióticos específicos, chamado de esquema tríplice de tratamento,  além dessa associação usa-se também um agente inibidor de produção de ácido gástrico.

É fundamental que se faça o uso correto da medicação para  se evitar, por exemplo, a resistência bacteriana. A erradicação com este esquema é obtida em mais de 90% dos casos. Trinta dias após o término da medicação já é possível  avaliar seu resultado. A reinfecção não é  comum 

Algumas pessoas são expostas a cepas (tipos) de bactérias diferentes, sendo assim necessário trocar o tipo de antibiótico devido à resistência bacteriana a determinados medicamentos. Para saber qual o tipo de cepa acomete o paciente, é necessária a endoscopia digestiva, com a biópsia e cultura do material colhido. Após a determinação da cepa, é possível saber qual a sensibilidade da bactéria para determinados antibióticos e assim escolher um esquema de tratamento mais eficaz.

  Referências


terça-feira, 22 de agosto de 2017

Bactéria Listeria monocytogenes e sua patogenicidade

listeria monocytogenes é um microrganismo patogênico de distribuição ubiquitária, sendo responsável por surtos de listeriose em humanos. Esta bactéria é conhecida desde 1926 como causadora de doenças em animais e desde 1929 como agente da listeriose humana, mas somente na década de 1980 a listeriose ficou conhecida como uma importante zoonose transmitida por alimentos devido a ocorrência de vários surtos e passou a ser uma ameaça  para a indústria alimentícia e para a saúde pública.


Características gerais

Listeria monocytogenes é um bacilo Gram-positivo, não formador de esporo, anaeróbico facultativo. São bactérias móveis devido a flagelos, apresentando movimento característico denominado tombamento que auxilia na sua identificação. Este microrganismo do gênero Listeria são capazes de se multiplicar numa ampla faixa de temperatura e  possuem atividade fermentativa sobre carboidratos, produzindo lactato  sem produção de gás quando metabolizam glicose. Produzem catalase, mas não oxidase, e apresentam resultados positivos tanto no teste de Voges–Proskauter como no de  vermelho de metila.


 Principais fontes de contaminação

A principal fonte de contaminação por Listeria monocytogenes é por meio do consumo de alimentos contaminados, sendo este de origem animal ou vegetal. Em geral o microrganismo tem sido encontrado em leite cru, queijo, carnes frescas ou congeladas, frangos, frutos do mar, frutas e produtos vegetais.




                                                 Fonte: arquivo.fmu.br/prodisc/medvet/fms.pdf

Listeriose

A bactéria Listeria monocytogenes é a causadora de uma das mais severas infecções de origem alimentar a listeriose. Em adultos, a doenças pode se manifestar tanto como forma invasiva como não invasiva. A doença invasiva é caracterizada por sintomas severos e os mais freqüentes são a meningite e a encefalite. Em mulheres grávidas, a listeriose pode levar ao parto prematuro e a aborto, e causar no bebe sepse e meningite neonatal.

A forma invasiva de listeriose acomete  principalmente mulheres grávidas, no terceiro trimestre da gravidez, indivíduos imunodeficientes principalmente  com câncer, transplantados , portadores de HIV, sob terapia imunossupressiva e também idosos.

Já a forma não invasiva a listeriose gastrintestinal pode causar infecções brandas, semelhantes a uma gripe, até surtos de gastrenterite febril em indivíduos saudáveis, mas normalmente não evolui para óbito.


Sintomas 


Os sintomas mais comuns são febre, fadiga, mal-estar, podendo haver ou não à presença  de náusea, vômito, dores abdominais  e diarreia.

Diagnóstico e identificação

A pesquisa de Listeria monocytogenes em alimentos pode ser realizada utilizando-se métodos de cultivo tradicionais, seguidos de caracterização bioquímicas  ou por meio de técnicas alternativas como Reação  em Cadeia  de Polimerase( PCR).

Já o diagnóstico da listeriose em humanos é realizado a partir do isolamento da bactéria do sangue, do fluido cefalorraquidiano, da placenta e do feto. Porém a infecção, na maioria das vezes, não é diagnosticada na gravidez pela dificuldade das técnicas microbiológicas em isolar o microrganismo ou pelas alterações histológicas encontradas nas placentas que confundem a listeriose com outras doenças.

Tratamento

O tratamento é realizado a base de antibióticos como ampicilina, tetraciclina, cloranfenicol e eritromicina. Bebês com listeriose recebem os mesmos medicamentos que os adultos, embora uma combinação de antibióticos seja muitas vezes usada.


Prevenção

A prevenção está ligada, principalmente, à higienização das mãos do manipulador de alimentos e à conscientização do consumidor. Deve–se  submeter os alimentos à cocção e evitar o consumo de leite in natura , queijos feitos com leite não-pasteurizado e vegetais  crus sem lavagem  adequada. Também sugere as indústrias alimentícias uma maior atenção na higienização  de equipamentos , utensílios e  treinamento dos manipuladores a boas práticas de fabricação e controle , visando  à produção de alimentos seguros para consumo.




Referências :



quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Entamoeba histolytica: O agente etiológico da Amebíase

Entamoeba histolytica é um protozoário e é o agente etiológico da amebíase.
                


Se movimentam por pseudópodes.
É a 2ª maior causa de morte por parasitose.

COMO SE PEGA AMEBA

A amebíase intestinal é um doença que ocorre quando o indivíduo se contamina com a ameba Entamoeba histolytica. A transmissão é feita pela via fecal-oral, ou seja, uma pessoa contaminada elimina o parasita nas fezes, e outra, de algum modo, acaba engolindo-o. Esse modo de transmissão pode se dar através do consumo de  água ou alimentos e a contaminação pode propagar-se quando uma pessoa evacua, não lava as mãos adequadamente e prepara alimentos em seguida. Banhar-se ou consumir água de locais com más condições sanitárias também são um fator de risco para amebíase.
                        CICLO DE VIDA DA ENTAMOEBA HISTOLYTICA
Entamoeba histolytica eliminada nas fezes encontra-se na forma de cistos, que é muito resistente a meios hostis, podendo sobreviver no ambiente por vários meses. A ingestão de um único cisto de Entamoeba histolytica é suficiente para contaminar o paciente. O cisto, após ser ingerido, passa incólume pela acidez do estômago e muda para a forma trofozoíta ao chegar no intestino. Quando alcançam o cólon, os trofozoítas se aderem a sua parede e passam a colonizá-la. Na maioria dos casos a Entamoeba histolytica tem um comportamento comensal, isto é, vive em harmonia com o hospedeiro, alimentando-se do nossos alimentos e não produzindo sintomas.
SINTOMAS DA AMEBÍASE

A maioria das pessoas com amebíase não manifesta sintomas. Quando eles surgem, no entanto, costumam aparecer de sete a dez dias após a exposição ao parasita. Os sintomas leves da amebíase são: Cólicas abdominais, fadiga, gases em excesso e perda de peso involuntária. Além destes, os sintomas considerados mais graves são: sensibilidade abdominal, evacuação de fezes líquidas (às vezes com sangue), febre e vômito.

DIAGNÓSTICO DA AMEBÍASE

O diagnóstico da infecção por Entamoeba histolytica é geralmente feito através do exame parasitológico de fezes. Como os cistos e trofozoítos não são eliminados de forma constante pelas fezes, no mínimo 3 amostras colhidas em dias diferentes são necessárias para o diagnóstico.

Tratamento
Para os casos graves, deve-se permanecer em repouso, utilizando uma dieta rica em proteínas e com hidratação constante. A medicação frequentemente utilizada é o Metronidazol por 10 dias por via oral. Se o parasita ocupar os tecidos, o tratamento deve contemplar todas as áreas afetadas pelo parasita. Ao término do tratamento, as fezes devem ser examinadas novamente para ter certeza de que a doença foi abolida.

Prevenção

Saneamento básico e condições adequadas de higiene são a chave para evitar a amebíase. Outras medidas também podem ser adotadas:
  •    Lave bem as mãos com água e sabão após usar o banheiro e antes de manipular alimentos
  •    Lave bem frutas e verduras antes de comê-las
  •    Evite leite, queijo e outros produtos lácteos não pasteurizados
  •    Não consumir água diretamente da fonte sem que haja filtração dela.

O ideal é sempre estar com as mãos limpas para evitar a contaminação e, consequentemente, garantir a própria saúde e de sua família.

Referências:


sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Botulismo infantil, Clostridium botulinum no mel

Botulismo infantil, Clostridium botulinum no mel

  






O Clostridium botulinum é um bacilo gram-positivo, produtor de esporos, encontrado com freqüência no solo, alimentos, fezes humanas e animais. São bastonetes retos ou levemente curvos com flagelos piritríquios, apresentam cápsula e são móveis, anaeróbicos, com esporos ovais e sub-terminais . Para produzirem a toxina necessitam de pH básico ou próximo do neutro ( PARRILLI, 2008).
O esporo é constituído por uma estrutura formada por um centro contendo o material genético da bactéria, envolvido por várias camadas de mucopeptídeos e capas externas de natureza protéica.                                                                     
 O botulismo é um tipo severo de intoxicação alimentar causado pela ingestão de alimentos contendo uma potente neurotoxina formada durante o crescimento do Clostridium botulinum (RAGAZANI, et al.).
O botulismo infantil tem afetado crianças abaixo de um ano de idade em várias regiões do mundo, e o mel tem sido identificado como uma das mais importantes fontes de intoxicação alimentar.
Crianças menores de um ano de idade são mais susceptíveis ao desenvolvimento da doença devido à imaturidade da flora intestinal que, ao ingerir alimento contendo esporos, permite a germinação, multiplicação e produção de neurotoxina botulínica no intestino infantil. A doença se manifesta, inicialmente, como uma gripe seguida da paralisia dos nervos e músculos na face e na cabeça, que evolui para os braços e pernas alcançando também os músculos respiratórios.
O tratamento principal do botulismo infantil é a medicação intravenosa chamada imunoglobulina botulínica.
Foi realizada uma análise do mel comercializado por ambulantes, mercados e feiras livres de vários
estados brasileiros, onde comprovou-se  a presença de  bactérias esporuladas em mais 60% das amostras.
O mel por ser a única fonte registrada de alimento veiculador do agente causador do botulismo infantil, o Clostridium botulinum, não deve ser incluído na dieta de crianças menores
de um ano de idade, causando um risco a saúde pública.
O Botulismo continua a ser um problema de saúde pública de todo o mundo; por este fato, são necessárias maiores investigações não somente na detecção de Clostridium botulinum no mel, mas também na de outros microrganismos e na forma como são incorporados nesse alimento.



Referências:
RAGAZANI,A.V.F. Esporos de Clostridium botulinum em mel comercializado no Estado de São Paulo e em outros Estados brasileiros. Ciência Rural.v.38. Abr.2008.

PARRILLI, C.C. Clostridium botulinum em alimentos.FMU, 2008.