quinta-feira, 16 de abril de 2015

O perigo pode estar dentro da bolsa!

            Sejam maquiagens, hidratantes ou perfumes, os produtos de beleza fazem parte do cotidiano feminino. No entanto, para escolher o produto ideal, não são apenas os componentes químicos que devem ser observados, mas também a data de validade. De acordo com uma pesquisa realizada por especialistas do Colégio de Optometristas da Grã-Bretanha, nove entre dez das 2,5 mil mulheres entrevistadas usam maquiagem fora da validade.

            O hábito de utilizar cosméticos fora do prazo de validade promove a proliferação de bactérias e fungos, ocasionando riscos à saúde, principalmente na área dos olhos. Entre os problemas mais comuns no uso de produtos vencidos ou com longo tempo de estocagem é a possibilidade de contaminação por micro-organismos. Uma vez utilizado na pele pode desencadear infecções, alergias, dermatites, entre outros.
            Além do uso de maquiagens vencidas ocasionarem problemas à saúde, o empréstimo da mesma também pode ocasionar sérios problemas. Segundo dermatologistas, o risco é real e as pessoas subestimam os riscos de usar pincéis e maquiagem emprestados, pois os micro-organismos da pele permanecem nos pincéis e maquiagens, sendo necessário a higiene adequada do mesmo. Caso não ocorra, há o risco do usuário contrair uma infecção, pois o que não é perigoso para uma pessoa com alta imunidade pode ser muito grave em outra pessoa. O problema é ainda mais grave em quem está com espinhas, pois a acne é porta de entrada de micro-organismo, este passa para a corrente sanguínea rapidamente, atinge facilmente à meninge que cobre o cérebro e a medula-óssea.
                                 
           Recentemente, a australiana Jo Gilchrist, de 27 anos, ficou paraplégica após usar um pincel de maquiagem emprestado de uma amiga para cobrir uma espinha infeccionada. Ela acabou contraindo uma infecção por bactérias Staphylococcus aureus que se espalharam pelo corpo e se instalaram em sua coluna. “Eles disseram que (a dormência) iria percorrer todo o meu corpo até meus braços e peito e, quando isso aconteceu, eu teria que ser colocada em coma induzido e aprender a respirar de novo”, conta Jo, que ainda está lutando para se livrar totalmente da infecção contraída pelo pincel de maquiagem. "  “Minha amiga teve uma infecção por bactéria no rosto e eu usei o mesmo pincel que ela antes”, diz Jo. “Eu não tinha a menor ideia que isso podia acontecer. Eu costumava emprestar maquiagem das amigas. Minha amiga está se sentindo péssima, mas claro que não foi culpa dela.” Portanto, é importante atentar quanto ao uso de maquiagens vencidas e até mesmo emprestadas, sendo necessário evitar este hábito.

            Além destes problemas acima citado quanto a utilização de maquiagens, o mesmo relaciona-se com o processo de manipulação de alimentos. O manipulador de alimentos não deve utilizar maquiagens ao manipular alimentos, pois maquiagem, assim como o esmalte, é um produto químico. Apesar dos olhos, boca ou qualquer outra parte do rosto não entrar em contato direto com o alimento, as áreas de manipulação costumam ser quentes devido às diversas fontes de calor presentes, facilitando a sudorese. A maquiagem é removida junto com o suor aos poucos e pode entrar em contato com as mãos ou roupas dos manipuladores e alcançarem os alimentos que estão sendo produzidos.
 
            Sendo assim, a fim de evitar quaisquer riscos de contaminação, Resolução RDC nº 216, de 15 de Setembro de 2004, que dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação determina que “(...) durante a manipulação, devem ser retirados todos os objetos de adorno pessoal e a maquiagem (...)”.

domingo, 12 de abril de 2015

Chia: a semente que emagrece e reduz gordura.


A chia (Salvia hispanica L.) é uma planta herbácea da família das lamiáceas, da qual também fazem parte o linho e a sálvia, tanto que é conhecida com "salvia hispânica". A importância do consumo desta semente tem sido reforçada por especialistas em nutrição humana, uma vez que nela são encontrados ácidos graxos poli-insaturados essenciais, fibras, proteínas e outros nutrientes. Mas a fama notória da chia foi conquistada graças aos seus efeitos sobre a dieta, pois a semente é capaz de favorecer o emagrecimento. Consumi-la significa colher uma lista de benefícios, que incluem desde regular as taxas de colesterol sanguíneo até fortalecer o sistema imunológico.
A chia pode ser facilmente consumida junto a saladas ou na mistura de sucos e vitaminas, além de outras receitas, na quantidade de duas colheres de sopa, que equivale a 25 gramas. Ela contém alto teor de ácidos graxos poli-insaturados essenciais, tipos de gorduras consideradas benéficas ao organismo, sendo rica em ômega 3.
Ela também contém carboidratos considerados de baixo índice glicêmico, pois aproximadamente 34,4% da porção de 100 g da semente é composta por fibras alimentares.
Sua semente é considerada como uma boa fonte proteica por possuir um alto teor de proteínas, sendo em sua maior parte aminoácidos essenciais, ou seja, aqueles que não são produzidos pelo nosso organismo (isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano, valina e histidina).
Mas a chia transborda mesmo em quantidade de fibras, duas colheres de chia contêm 8,6 g delas.
 

Benefícios da chia

Ajuda a emagrecer: um dos motivos que fazem da chia uma grande aliada na perda de peso está na sensação de saciedade que a semente proporciona.
Previne e controla o diabetes: por conter fibras e aumentar o tempo de liberação da glicose, a chia pode ser relacionada com a prevenção do diabetes tipo 2.
Previne doenças cardiovasculares: o consumo regular de chia é capaz de evitar doenças como infarto, derrame e hipertensão graças as suas grandes quantidades de ômega 3. Esse ácido graxo reduz a formação de coágulos sanguíneos e arritmias, além de diminuir o colesterol circulante no sangue. Além disso, o ômega-3 ajuda na regulação da pressão dos vasos sanguíneos, uma vez que aumenta a fluidez sanguínea, evitando assim, o aumento da pressão arterial. 
Efeito desintoxicante: os antioxidantes, como o ácido cafeico, de sua composição, são responsáveis por auxiliar na desintoxicação do fígado, além de impedir a formação de radicais livres que agem destruindo as membranas celulares e desencadeando o processo de envelhecimento. 
Efeito anticelulite: já se sabe que a chia contém quantidades significativas de ômega 3 e muitos estudos têm relacionado o consumo desse ácido graxo com a diminuição da inflamação, o que seria interessante para diminuir e evitar celulite, um processo inflamatório do organismo.  
Fortalece a imunidade: por conter minerais como o selênio e zinco, que auxiliam o sistema imunológico, a chia é importante para reforçar as defesas, afastando de perto doenças como gripes, resfriados e processos infecciosos. Além disso, por ter nutrientes como fósforo, manganês, cálcio, potássio e sódio, a semente é indispensável para a manutenção da integridade e saúde das células. 
 
 

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Linhaça e suas Propriedades

A semente de linhaça é hoje considerada um alimento funcional, ou seja, seus componentes promovem benefícios para a saúde. Os alimentos funcionais devem fazer parte da dieta habitual, de forma correta, pois seu benefício depende da interação entre seus componentes e a quantidade ingerida.

Existem dois tipos de linhaça, a marrom e a dourada. As duas praticamente não se diferem em sua composição, mas sim em relação ao local de plantio e cultivo. A linhaça marrom é cultivada em regiões de clima úmido e quente, como o Brasil e a dourada é plantada em regiões frias, como o Canadá e o norte dos Estados Unidos.


A linhaça é comercializada, principalmente, como semente lisa inteira ou moída grosseiramente na forma de farinha. Esse ingrediente pode ser utilizado em vários produtos alimentícios, como pães e biscoitos, macarrão, doces, chocolate, cereais, coberturas de saladas, com lanche “in natura”, em bolos e sorvetes, entre outros. O óleo de linhaça está disponível em lojas de alimentos saudáveis e supermercados, vendido em garrafas para uso em saladas ou em cápsulas para serem utilizados como suplementos de dieta. 




Efeitos biológicos da ingestão de linhaça


As sementes de linhaça possuem vários efeitos biológicos que as tornam úteis na prevenção e tratamento de doenças como diabetes tipo 2, doenças no fígado, pressão alta, artrite reumatoide, embolias, auxiliam na redução de riscos de doenças cardiovasculares, aterosclerose e prevenção de certos tipos de câncer.

O grupo composto pelos ácidos graxos poli-insaturados, destacando as séries ômega 3 e 6 encontrados em peixes de água fria (salmão), óleos vegetais, sementes de linhaça, nozes e alguns tipos de vegetais, encontram-se relacionados com a prevenção de doenças cardiovasculares, através da redução dos níveis de triglicerídeos e colesterol sanguíneo, aumentando a fluidez sanguínea e reduzindo a pressão arterial.

O consumo da semente de linhaça tem se mostrado eficaz na redução de colesterol total e do LDL colesterol, assim como na agregação plaquetária. As lignanas, fibras e proteínas desempenham papel importante na redução do colesterol sérico.

As fibras encontradas na semente da linhaça podem ser importantes para o controle da obesidade, pois formam um gel, ficando mais tempo no estômago e dando uma sensação de saciedade. A fibra solúvel também promove o controle glicêmico e reduz o colesterol.
As lignanas e o ômega 3 presentes na semente da linhaça ajudam a prevenir a perda óssea e a osteoporose.

O óleo de linhaça detém propriedades anti-inflamatórias, anti-histamínicas e suposta ação anticancerígena. Determinada ação encontra-se no fato da linhaça possuir, em sua composição, a substância lignina. O consumo de linhaça correlaciona-se, concomitantemente, a diminuição dos níveis séricos dos lipídeos, fator importante na prevenção de doenças cardiovasculares. Além disso, apresenta atividade antiviral e bactericida, efeito laxante e de prevenção dos sintomas da menopausa e osteoporose.

Recomenda-se o consumo de porções de 8 gramas (1 colher de sopa) de linhaça moída ou 2,5 gramas (1/2 colher de chá) de óleo de linhaça por dia para ingerir as quantidades ideias de ácidos graxos (ω-3 e ω-6) com ótima razão entre ω-6/ω-3.



CUPERSMID, L. et al. Linhaça: composição química e efeitos biológicos. e-Scientia, Belo Horizonte, Vol. 5, N°2, p. 33-40. (2012).

NOVELLO, D.; POLLONIO, M. A. R. Caracterização e propriedades da linhaça (Linum usitatissimun l.) e subprodutos. B.CEPPA, Curitiba, v. 29, n. 2, p. 317-330, jul./dez. 2011

SILVA, I. M. C.; SÁ, E. Q. C. Alimentos funcionais: um enfoque gerontológico. Rev Bras Clin Med. São Paulo, 2012 jan-fev;10(1):24-8