sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Teníase X Cisticercose







A cisticercose suína é uma doença derivada da ingestão de ovos de Taenia solium que, em sua forma adulta, possui o homem como hospedeiro final e nos suínos se encontram no estado larval conhecido como Cysticercus cellulosae. Alguns dos sintomas observados no ser humano ao ser contaminado são dor abdominal, anorexia e outras manifestações gastrointestinais, sem consequências mais graves. Já a teníase pode levar a quadros de cisticercose humana que, se chegar ao cérebro, adquire sua manifestação mais grave, chegando a causar o óbito. Nesse caso a sintomatologia é observada por crises convulsivas que se agravam de acordo com o aumento de pressão intercraniana, podendo acarretar em meningoencefalite e distúrbios de comportamento. É uma doença que pode nunca se manifestar e perdurar assintomática durante anos.

AGENTE ETIOLÓGICO: T. solium, pertencente a ciclóides cilofilídeos da família Taeniidae, é o verme do porco que causa infecção intestinal quando em forma adulta, e em sua forma de cisticerco provoca infecção somática.

MODO DE TRANSMISSÃO: Os suínos a adquirem quando ingere água ou alimentos contaminados com material fecal humano contendo ovos de T. solium. Já o homem a contrai quando ingere carne suína crua ou mal cozida que contenha cisticerco. Ao manusear verduras ou qualquer outro alimento sem a devida higienização das mãos, o homem também pode sofrer auto-infecção. Os movimentos peristálticos do intestino podem fazer uma tênia alcançar o estômago e voltar para o intestino liberando oncosferas (outra forma de auto-infecção)

PERÍODO DE INCUBAÇÃO: varia de 1 a 3 dias, tendo manifestações clínicas de 2 a 5 anos após a infecção.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTOS: Exames laboratoriais:

  • Exame do líquido cefalorraquidiano: uma vez que o parasita determina alterações compatíveis com inflamação crônica
  • Provas sorológicas: resultados limitados por não permitir localizar ou estimar quantitativamente o parasita, além do fato de que a presença de anticorpos não é certeza de infecção recente.

Exame radiológico: promove imagens dos cistos calcificados, onde o aspecto é característicos (ex.: calcificação só ocorre após morte do parasita)

Tomografia computadorizada: auxilia na localização de lesões no sistema nervoso central para ambas os aspectos do cisto, calcificado ou viável.

Exame anatomopatológico: realizado ante-mortem quando há possibilidade de biópsia e análise histopatológica de nódulos subcutâneos; ou post-mortem, com autópsia ou necropsia.

O tratamento normalmente é realizado com praziquantel ou niclosamida. Também há a abordagem cirúrgica para aliviar a dor, além da hospitalização e tratamento com Praziquantel ou Albendazol (para os pacientes com cisticercose ativa no sistema nervoso) que controla  o edema cerebral pela morte do cisticerco com uma série de corticóides.

MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE:

  • Irrigação de hortas e pastagens com água limpa e não adubar com fezes humanas;
  • Não ingerir carne cruz, insuficientemente cozida ou provinda de abate clandestino;
  • Lavar bem as mãos após uso do banheiro e antes das refeições;
  • Lavar bem os alimentos, especialmente verduras, hortaliças e frutas;
  • Consumir apenas água tratada;
  • Tratamento de efluentes;
  • Exames de fezes periódicos, especialmente em moradores de regiões rurais.

REFERÊNCIAS:

http://www.dive.sc.gov.br/conteudos/zoonoses/publicacoes/Teniase_X_Cisticercose.pdf

http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/doc/parasitas/taenia_solium.pdf
https://www.todoestudo.com.br/biologia/teniase





sábado, 25 de agosto de 2018

INTOXICAÇÃO ALIMENTAR POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS


Staphylococcus aureus é uma bactéria gram positiva, esférica, aeróbia ou anaeróbia facultativa, imóvel, não esporulada que se desenvolve na forma de cachos de uvas. Essas bactérias, que são consideradas oportunistas, estão associadas a intoxicações alimentares e diversos tipos de infecções, principalmente as que acometem a pele. Uma contaminação por este microrganismo mais invasiva, onde o mesmo cai na circulação sanguínea, pode gerar problemas graves como choque séptico e infecções como a endocardite no coração, pneumonia, osteomielite e meningite.
As intoxicações alimentares são doenças microbiológicas de origem alimentar que são provocadas pela ingestão de alimentos contaminados por toxinas produzidas por microrganismos e que são formadas durante intensa proliferação dos mesmos no alimento.
Staphylococcus aureus causam essas intoxicações alimentares, pois produzem essas enterotoxinas termoestáveis que quando em contato com o organismo humano geram reações adversas.
Vale destacar que este tipo de microrganismo pode se multiplicar em alimentos com ph variando entre 4,2 e 9,3, além de ter a capacidade de sobreviver e se multiplicar em uma concentração de sal (cloreto de sódio) de até 15% e realizar a produção de enterotoxinas em concentrações de até 10%, o que permite uma disseminação mais ampla do microrganismo.

PRINCIPAIS ALIMENTOS RELACIONADOS À CONTAMINAÇÃO: cremes, bolos e cobertura de bolos, carne e derivados, aves, ovos, patês, molhos, produtos lácteos e derivados.
OBS: São de maior risco os alimentos que necessitam de considerável manipulação durante seu preparo e que ficam por muito tempo expostos a temperatura ambiente elevada.

SINTOMAS: incluem náuseas e vômitos graves a partir de cerca de duas a oito horas após o alimento contaminado ser ingerido, além de poder ocorrer cólicas abdominais, diarreia e  alguns casos dores de cabeça e febre.

DIAGNÓSTICO: o diagnóstico é realizado através de avaliações médicas e história de ingestão de alimentos suspeitos, para melhor confirmação do mesmo são também realizados exames laboratoriais dos alimentos, onde é analisada a presença de staphylococcus aureus e enterotoxinas produzidas por este microrganismo.

PREVENÇÃO: orientação para higiene e limpeza das cozinhas, além da limpeza nas mãos e unhas, não manter os alimentos em temperaturas ambientes por muito tempo, promover a educação dos manipuladores de alimentos e conscientizá-los sobre o risco da produção de alimentos em larga escala e dos fatores críticos que desencadeiam a produção da enterotoxina e também sobre o perigo de infecções em pele, nariz, garganta, etc.

TRATAMENTO: ingestão de quantidade adequada de líquido, se indicado pelo médico uso de medicamentos para melhorar as náuseas e vômitos e se necessário reposição hidroeletrolítica e reposição por via intravenosa.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO: de 1 a 8 horas, levando em média de 2 a 4 horas, dependendo da quantidade de toxina ingerida e estado geral de saúde.





REFERÊNCIAS:

https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/gastroenterite/intoxica%C3%A7%C3%A3o-alimentar-por-estafilococos#v12819987_pt
http://paramedicsworld.com/systematic-bacteriology/staphylococcus-aureus/medical-paramedical-studynotes#.W3Q3YehKjIU

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Shigelose: disenteria bacilar


Imagem da Shigella numa amostra de fezes

A Shigelose, também conhecida como disenteria bacteriana, é uma infecção do intestino provocada pela bactéria Shigella. Está é uma bactéria gram-negativa que pertence à família Enterobacteriaceae, na qual possui forma de bastonetes imóveis.Visto que, existem diversas espécies que podem causar disenteria como Shigella. dysenteriae (sintomas mais graves), Shigella. flexneri, Shigella. boydiie e Shigella. sonnei (mesmo grave).

Modo de transmissão: Geralmente, esta infecção acontece através da ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes contendo a bactéria Shigella. No que diz respeito aos alimentos, a contaminação, muitas vezes, é devido á falta de higienização do manipulador. Além disso, alimentos que são expostos e não são refrigerados constituem um meio propício para a bactéria sobreviver e se multiplicar. Ambientes fechados como creches, hospitais e similares são favorável para a disseminação da doença.

Alimentos associados

As Shigellas alcançam os alimentos por meio da contaminação com matéria fecal humana, seja através da água, seja através das mãos dos manipuladores. Visto que, os alimentos mais associados á transmissão são os vegetais crus e as frutas porque podem disseminar o microrganismo, após lavagem com água contaminada ou manipulação com mãos contaminadas.

Sinais e Sintomas
Os primeiros sintomas de infecção com Shigella surgem 1 a 2 dias após a contaminação e incluem:

●Diarreia, que pode conter sangue;
●Febre acima de 38ºC;
●Cólicas abdominais;
●Cansaço excessivo;
●Vontade de defecar constante;

Estes sintomas podem ser mais intensos em pessoas que têm o sistema imune enfraquecido, como no caso de idosos, crianças ou com doenças como HIV, câncer, lúpus ou esclerose múltipla, por exemplo.
No entanto, também existem pessoas que têm a infecção, mas não apresentam sintomas e o próprio organismo acaba eliminando a bactéria.

 Diagnóstico de Shigelose

Para confirmar o diagnóstico, os médicos coletam uma amostra de fezes e a enviam a um laboratório para fazer análise.


Prevenção de Shigelose

●Lavar as mãos regularmente, especialmente antes de comer ou depois de usar o banheiro;

●Lavar os alimentos antes de consumir, principalmente frutas e legumes;

● Evitar a manipulação de alimentos se estiver com esta infecção;

●Evitar beber água de lagos, rios ou cachoeiras;

● Realizar o saneamento básico


Tratamento

Na maior parte dos casos, a Shigelose é tratada naturalmente pelo organismo, pois o sistema imune consegue eliminar a bactéria em cerca de 5 a 7 dias. Porém, para aliviar os sintomas e acelerar a recuperação são aconselhados alguns cuidados:

Beber água, soro ou água de coco;

Manter o repouso em casa por pelo menos 1 ou 2 dias;

Evitar remédios para a diarreia, pois evitam que a bactéria seja eliminada;

Fazer uma alimentação leve, com poucas gorduras ou alimentos com açúcar;

Quando os sintomas são muito intensos ou demoram para desaparecer o médico pode receitar o uso de antibióticos como a Azitromicina, Cefalosporina de terceira geração ou Fluoroquinolona, para ajudar o corpo a eliminar a bactéria e garantir a cura.



Referências:


domingo, 19 de agosto de 2018

Campylobacter: A Bactéria Silenciosa


Resultado de imagem para campylobacter



 
Introdução
As espécies do gênero Campylobacter são agentes de doenças do homem e dos animais. Componentes da flora intestinal de animais domésticos e silvestres, disseminam-se pelo meio ambiente e contaminam a água, as pastagens e as culturas vegetais. As bactérias do gênero Campylobacter causam  uma variedade de infecções, mais comumente doenças diarreicas agudas. Em pessoas imunocomprometidas, a infecção por Campylobacter pode causar bacteremia ou infecção extraintestinal.  Há muitas espécies de Campylobacter, e várias delas causam doenças em humanos, incluindo doença entérica e extraintestinal.

Características do microrganismo
- Bacilos Gram-negativos  
- Microaerófilos (ambiente com 5% O2) 
- Necessário dióxido de carbono para o crescimento
- Propriedades potencialmente patogênicas : aderência e colonização - caráter invasivo - produção de citotoxina e uma enterotoxina (similar a da cólera) 
- Rapidamente destruídas pelo calor (10 min a 60ºC).

O que é a Campilobacteriose?
A campilobacteriose é uma doença de carácter zoonótico (afeta os animais e o homem), causada por bactérias do gene­ro Campylobacter A infeção por Campylobacter em hu­manos pode ser adquirida através da in­gestão de leite cru não pasteurizado ou água, mas é o consumo de carne de aves, sobretudo de carne de frango fresca que constitui a principal fonte de infeção para os consumidores.  

Sintomas
Pode provocar náuseas, vômitos, cólicas, diarreia,  dores abdominais, febre, fadiga e sangue nas fezes. Embora a doença possa afetar qualquer pessoa, ela é mais frequente em bebês e em crianças menores de 10 anos.

O que podemos fazer para evitar esta doença?
As bactérias conseguem sobreviver em superfícies se­cas, mas são os locais úmidos da cozinha os mais propensos à sua sobrevivência e multiplicação, sendo as mãos o veículo mais eficaz de transferência de contaminação. Assim, a lavagem das mãos frequente após manipular carne de aves ou as suas embalagens é essencial.

Diagnóstico

  • Cultura de uma amostra de fezes
  • Às vezes, cultura de uma amostra de sangue
Os médicos podem obter uma amostra de fezes e enviá-la a um laboratório para fazer o cultivo da bactéria. No entanto, as fezes nem sempre são testadas. As culturas de fezes levam dias para se concluir e os médicos não precisam, geralmente, saber que bactéria causou a diarreia para tratá-la efetivamente. Entretanto, se as pessoas tiverem diarreia sanguinolenta ou parecerem seriamente enfermas, geralmente as fezes são analisadas. Se as bactérias forem identificadas, elas serão testadas para ver quais antibióticos são eficazes (um processo chamado teste de suscetibilidade). Se houver suspeitas da existência de uma infecção na corrente sanguínea, os médicos obtêm amostras do sangue para cultura.

Tratamento

  • Geralmente nenhum tratamento específico
  • Algumas vezes um antibiótico como azitromicina
Muitas pessoas melhoram por volta de uma semana sem tratamento específico. Algumas requerem também líquidos por via intravenosa ou via oral. As pessoas que apresentarem febre, diarreia com sangue ou intensa, ou piora dos sintomas podem precisar tomar azitromicina ou eritromicina. Ambos os medicamentos são tomados por via oral. Se a corrente sanguínea estiver infectada, são necessários antibióticos como imipenem, gentamicina ou eritromicina.