quinta-feira, 25 de novembro de 2021

HIGIENIZAÇÃO DE MAMADEIRAS INFANTIS

Vivemos em um mundo em que todos nós precisamos cuidar da saúde para termos mais disposição no dia a dia. Os bebês, em especial, são bem mais suscetíveis a doenças, principalmente aquelas causadas por uma higiene ineficiente.

As doenças de transmissão hídrica e alimentar (DTHA), causadas pela ingestão de alimentos e/ou água contaminados por agentes infecciosos ou toxinas, são a causa de inúmeros surtos pelo país, sendo uma importante causa de morbidade e mortalidade em todo o mundo. Em muitos países, durante as últimas duas décadas, as DTHAs têm emergido como um crescente problema econômico e de saúde pública. A transmissão de tais patologias é amplamente relacionada aos manipuladores, seus descuidos e falta de higienização correta de utensílios e dos próprios alimentos. Esses indivíduos, mesmo que não possuam alguma patologia, podem ser fontes de contaminação, pois suas mãos e roupas entram em contato com outros locais, podendo atuar como vetores, fator que pode ser determinante em um quadro de infecção por microrganismos patogênicos.

 Em razão disso, as boas práticas de manuseio e limpeza dos alimentos e objetos que irão entrar em contato com a criança, principalmente pela via oral, são de suma importância na prevenção de contaminação e exposição das crianças a patógenos. As mamadeiras, apesar de serem importantes e fornecerem uma praticidade aos pais e cuidadores, são objetos de fácil contaminação e sua manipulação por diversas pessoas e a não desinfecção correta, podem expor a criança a inúmeros microrganismos patogênicos. E ainda, o principal alimento ofertado na mamadeira é o leite, sendo este um meio favorável de crescimento bacteriano, que sofre alterações em curtos espaços de tempo.

Fonte: Google.

O tempo entre a manipulação e a distribuição da mamadeira, e a higiene dos dois processos são fundamentais na transmissão de possíveis doenças. O processo de desinfecção das mamadeiras pode ser realizado por vários métodos, sendo importante conhecer a forma correta de higienizar a mamadeira para que as técnicas de limpeza e desinfecção sejam realizadas de forma correta e eficaz.

Fonte: Google.

·       Água quente, detergente e escova própria

Para uma limpeza mais efetiva na mamadeira, especialmente no bico de silicone e na chupeta do bebê, você pode usar água quente, detergente e uma escova própria para esse fim. Vale lembrar que a escova precisa chegar até o fundo da mamadeira para remover os resíduos visíveis. Para isso, a ANVISA recomenda que a higienização das mamadeiras devem seguir os passos:

Como esterilizar a mamadeira passo a passo

1.   Retirar o excesso de sujidades com água corrente;

2.   Separar todas as partes e enxaguar em água corrente todos os componentes;

3.   Remover as identificações com água, detergente e esponja;

4.   Preparar uma solução de com água fervida e detergente neutro em um recipiente. Emergir as partes das mamadeiras, por 30 minutos ou até que as sujidades se desprendam da superfície das mamadeiras;

5.   Com auxílio de uma escova de lavar mamadeira, retirar as sujidades das partes internas e externas;

6.   Para bicos, virá-los do avesso e com auxílio de escova própria, retirar sujidades;

7.   Enxaguar cada parte das mamadeiras e os bicos na pia com água corrente até tirar todo excesso de detergente;

8.   Deixar escorrer em superfície limpa: suporte exclusivo para as mamadeiras e os

9.   Secar todos os componentes com pano descartável;

10.   Desprezar a água com detergente;

11.   Após totalmente secas, colocá-las em recipiente limpo e que deve ser fechado adequadamente.


                                                                               Fonte: Google.

·       Com esterilizador elétrico

Se preferir usar um esterilizador elétrico, você deve seguir as instruções do manual do produto. Em geral, o procedimento dura cerca de 8 minutos e o aparelho traz a vantagem de desgastar menos os objetos, prolongando sua vida útil. Após o processo, deixe as peças secarem com a ajuda do próprio esterilizador. 

Fonte: Google.

Com que frequência se deve fazer a limpeza da mamadeira?

A esterilização da mamadeira deve ser feita sempre antes de usar pela primeira vez. Depois disso, deve-se fazer a higienização 1 vez ao dia, pois podem ficar vestígios de leite e saliva que promovem a proliferação de micro-organismos, causando doenças ao bebê.  Vale lembrar que sempre que a mamadeira cair no chão ou entrar em contato com superfícies sujas, ela também deve ser esterilizada. Para se ter mais praticidade, o ideal é que você tenha de 2 a 3 mamadeiras iguais. 

 

FONTE:

ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Procedimento Operacional Padrão - Higienização de Mamadeiras. 2021. Disponível em < https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hc-uftm/documentos/pops/higienizacao-de-mamadeiras-final-1.pdf> Acesso em 20 de Novembro de 2021.

BRASIL, Ministério da Saúde. Doenças transmitidas por alimentos. 2021. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/doencas-transmitidas-por-alimentos> Acesso em 20 de Novembro de 2021.

FLORES, Natalia Oliveira et al. Análise microbiológica de mamadeiras em escolas de educação infantil: identificação e estudo de técnicas de desinfecção. Revista Destaques Acadêmicos, v. 11, n. 3, 2019.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Frutas e a alimentação infantil

                Diante da diversidade de alimentos e informações que vivemos atualmente a ausência de frutas na alimentação infantil tem sido frequentemente notada. Mesmo com tantas opções industrializadas que prometem excelentes ganhos de vitaminas e nutrientes, aquilo que é natural ainda possui suas exclusividades e importância.

            Um recente estudo realizado na Universidade Federal do Paraná, mostrou que mais de 97% das crianças analisadas consumiram algum alimento do grupo dos doces pelo menos uma vez na semana. Enquanto que cerca 40% delas não consumiram frutas, vegetais, raízes e tubérculos ricos em vitamina A nenhuma vez na semana (KULIG, 2021).

            Ricas em vitaminas, minerais, água, fibra e com sabor geralmente adocicado, as frutas trazem saúde, protegem contra as doenças, previnem a obesidade infantil e garantem o desenvolvimento saudável, tanto dos pequenos, quanto dos adultos.
O limão e a laranja, que são exemplos de frutas cítricas, são ricas em vitamina C, pectina (uma fibra solúvel) e bioflavonóides, dentre eles os limonóides. Todas essas substâncias propiciam benefícios à saúde das crianças, uma vez que a vitamina C tem um papel importante na absorção do ferro, prevenindo a anemia.

Fonte da imagem: https://s2.glbimg.com/ND6dB7bBOWqUeY-rgjUjd2tzBRw=/620x480/
e.glbimg.com/og/ed/f/original/2019/01/11/frutas.jpg

“As frutas terão sempre mais fibras, e na casca, mais nutrientes, enquanto no suco se perde uma parte disso”, diz a nutricionista Liliam Teixeira Francisco, especialista em nutrição materno-infantil. Segundo Liliam, o consumo diário de frutas tem sido associado à diminuição da mortalidade, à redução de doenças crônicas e ao reforço do sistema imunológico. “De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), há evidências de que a ingestão de frutas diminui o risco de diabetes e obesidade”, afirma a nutricionista.

         Apesar de não serem bem aceitas pelas crianças, esses alimentos devem estar presentes na mesa da família, além de terem seu momento especial durante as compras nos supermercados e feiras. O lanche da escola e as sobremesas das refeições podem ser substituídos por diversas opções naturais.

            Suas cores, formatos e texturas são atrativos que devem ser utilizados pelos pais e responsáveis, levando à uma gradativa melhora na alimentação e uma mudança na segurança alimentar dos pequenos, podendo ser uma excelente herança a longo prazo.


Fontes: 

KULIG, Ana Paula. Padrões alimentares e fatores associados às deficiências de ferro e vitamina A em crianças da região Sul do Brasil.

PEDROSA, Salomé. Promoção de estilos de vida saudável em crianças. 2021. Tese de Doutorado.

https://cruzeirodovale.com.br/artigos/a-importancia-das-frutas-na-alimentacao-das-criancas/

https://revistacrescer.globo.com/Colherada-Boa/noticia/2013/10/o-beneficio-das-frutas-para-criancas.html

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Suplementação alimentar e desassistida

             Créditos: Deymos. Fonte: iStock by getty images

Não é raro adentrar nas academias de atividades físicas e nos depararmos com pessoas malhando acompanhadas de uma garrafa com suplementos alimentares, tidos como aceleradores de emagrecimento, melhoria do desempenho físico, aumento de massa muscular, entre outros supostos benefícios. No entanto, é fundamental debruçarmos sobre esta questão com olhar crítico, uma vez que a ingestão de suplementos alimentares sem supervisão profissional adequada pode acarretar em uma série de problemas de saúde.

É comum encontrar os compostos vitamínicos, protéicos e minerais associados com ervas, como o chá verde (Camellia sinensis) , picão-preto (Bidens pilosa) e Aloe vera em forma de pó e cápsulas. Como não são considerados medicamentos, não são submetidos aos testes de fase 3, que analisam a segurança e eficácia de medicamentos comercializados nas farmácias, demandando somente o registro pela ANVISA. Dessa forma, ao associar suplementos alimentares com ervas naturais, transmite-se a ideia de que a ingestão sem o devido acompanhamento não é prejudicial à saúde.

Na realidade, os suplementos compostos por proteínas, aminoácidos, vitaminas e minerais são indicados para pessoas que possuem uma dieta deficiente em nutrientes, ou que sofrem com alguma carência nutricional específica, como é o caso da anemia ferropriva, além de demandar o acompanhamento de um profissional qualificado. Já os produtos oriundos de ervas e considerados como naturais ainda demandam um arcabouço de evidências científicas mais robustas para afirmar que possuem efeito benéfico maiores que os riscos envolvidos.

No caso do chá verde (Camellia sinensis) que é consumido de forma ampla em muitas culturas, o uso através da infusão não parece produzir danos ao fígado, no entanto, a European Food Safety Authority (EFSA) indicou que a ingestão da epigalocatequina galato (composto presente na planta) acima de 800 mg/dia pode ser associada à danos hepáticos, como no caso de Jim McCants, nos Estados Unidos, que necessitou de transplante de fígado após três meses de uso contínuo de cápsulas de chá verde, que possuem concentração mais elevada do que a ingestão da bebida em forma de infusão.

Outro caso semelhante é o do brasileiro Wallace Saldanha, que após alguns meses fazendo uso de suplementos baseados em proteínas e chá de picão-preto (Bidens pilosa) foi diagnosticado com hepatite tóxica aguda.

Portanto, é importante ressaltar que a melhor estratégia para ter um estilo de vida saudável, em termos nutricionais, é manter uma dieta baseada em alimentos naturais, sem a necessidade de suplementação, que deveria restringir-se apenas aos casos em que a pessoa possui algum tipo de necessidade nutricional que a alimentação convencional não é capaz de suprir e nestes casos se faz necessário o acompanhamento profissional adequado, atentando sempre pela busca por profissionais isentos de interesses mercadológicos relacionados ao tema.


Referências

https://drauziovarella.uol.com.br/alimentacao/o-perigo-dos-suplementos-alimentares/

https://drauziovarella.uol.com.br/checagens/cha-verde-em-capsulas-pode-causar-lesoes-graves-no-figado-checagem/

https://www.efsa.europa.eu/en/press/news/180418

https://www.bbc.com/portuguese/geral-45975898