quarta-feira, 28 de maio de 2014

Agrotóxicos

De acordo com a legislação vigente, agrotóxicos são produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos para uso no cultivo, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, para alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação de seres vivos nocivos. Em decorrência deste uso, existem conseqüências negativas tanto para a população como para o meio ambiente, dependendo da quantidade destes componentes nos alimentos, podem ocasionar sérios problemas de saúde à população e quanto ao ambiente, podem implicar em contaminações dos solos, águas e como conseqüência disto, a morte dos seres vivos.
Dentre as conseqüências do uso de agrotóxicos sobre a saúde humana estão dores de cabeças intensa, irritações bucais, fraqueza, câimbras, insônia, aborto, perda de memória, vômitos,diarréia,impotência e depressão.             
      Nas intoxicações crônicas, que aparecem após penetração repetida de pequenas quantidades de agrotóxicos em um tempo mais prolongado, surgem problemas respiratórios graves, alteração do funcionamento do fígado e dos rins, anormalidade da produção de hormônios da tireóide, dos ovários e da próstata, incapacidade de gerar filhos, malformação e problemas no desenvolvimento intelectual e físico das crianças, câncer etc. 
Os alimentos que mais contêm agrotóxicos geralmente possuem um ciclo de maturação mais longo, sendo eles: pimentão, cenoura, morango, pepino, abacaxi, uva, mamão, tomate, feijão e maçã, enfim são alimentos consumidos constantemente pela população brasileira, ocasionando portanto, nos altos níveis de ingestão de agrotóxicos.
Para evitar ou diminuir a ingestão de agrotóxicos são necessárias medidas alimentares e higiênicas a fim de evitar os problemas decorrentes a ingestão crônica dos compostos, como: dar preferências a frutas e verduras da época, pois a quantidade de agrotóxicos são menores, ingerir e/ou cultivar produtos orgânicos.




sexta-feira, 23 de maio de 2014

NUTRACÊUTICOS

O termo nutracêutico define uma ampla variedade de alimentos e componentes alimentícios com apelo médico ou de saúde. Sua ação varia do suprimento de minerais e vitaminas essenciais até a proteção contra várias doenças infecciosas (HUNGENHOLTZ & SMID, 2002).
O nutracêutico é um alimento ou parte de um alimento que proporciona benefícios médicos e de saúde, incluindo a prevenção e/ou tratamento da doença. Tais produtos podem abranger desde os nutrientes isolados, suplementos dietéticos na forma de cápsulas e dietas até os produtos beneficamente projetados, produtos herbais e alimentos processados tais como cereais, sopas e bebidas (KWAK & JUKES, 2001a; ROBERFROID, 2002; HUNGENHOLTZ, 2002; ANDLAUER & FÜRST, 2002). Vários nutracêuticos podem ser produzidos através de métodos fermentativos com o uso de microrganismos considerados como GRAS (Generally Recognized as Safe). Os nutracêuticos podem ser classificados como fibras dietéticas, ácidos graxos poliinsaturados, proteínas, peptídios, aminoácidos ou cetoácidos, minerais, vitaminas antioxidantes e outros antioxidantes (glutationa, selênio) (ANDLAUER & FÜRST, 2002).
Os alimentos funcionais e os nutracêuticos comumente têm sido considerados sinônimos, porém, o alvo dos nutracêuticos é significativamente diferente dos alimentos funcionais, por várias razões:
a) enquanto que a prevenção e o tratamento de doenças (apelo médico) são relevantes aos nutracêuticos, apenas a redução do risco da doença, e não a prevenção e tratamento da doença estão envolvidos com os alimentos funcionais;
b) enquanto que os nutracêuticos incluem suplementos dietéticos e outros tipos de alimentos, os alimentos funcionais devem estar na forma de um alimento comum (KWAK & JUKES, 2001b).
Kruger & Mann (2003) definem os ingredientes funcionais como um grupo de compostos que apresentam benefícios à saúde, tais como as alicinas presentes no alho, os carotenóides e flavonóides encontrados em frutas e vegetais, os glucosinolatos encontrados nos vegetais crucíferos os ácidos graxos poliinsaturados presentes em óleos vegetais e óleo de peixe. Estes ingredientes podem ser consumidos juntamente com os alimentos dos quais são provenientes, sendo estes alimentos considerados alimentos funcionais, ou individualmente, como nutracêuticos. Devem ter adequado perfil de segurança, demonstrando a segurança para o consumo humano. Não devem apresentam risco de toxicidade ou efeitos adversos de drogas medicinais (BAGCHI, et al., 2004).

MORAES, F. P.; COLLA, L. M. Alimentos Funcionais e Nutracêuticos: Definições, Legislação e Benefícios à Saúde. Revista Eletrônica de Farmácia. Vol 3(2), 109-122, 2006.




quarta-feira, 14 de maio de 2014

Doenças transmitidas por alimentos: VIAJANTES / TURISTAS


    Doenças transmitidas por alimentos, mais comumente conhecidas como DTA, são causadas pela ingestão de alimentos ou bebidas contaminados. Existem mais de 250 tipos de DTA e a maioria são infecções causadas por bactérias e suas toxinas, vírus e parasitas.
Outras doenças são envenenamentos causados por toxinas naturais (ex. cogumelos venenosos, toxinas de algas e peixes) ou por produtos químicos prejudiciais que contaminaram o alimento (ex. chumbo, agrotóxicos).
     Surto de DTA é o episódio em que duas ou mais pessoas apresentam doença semelhante após ingerirem alimentos e/ou água da mesma origem. Para doenças raras, apenas um caso já é considerado como surto.
    As DTA são uma importante causa de morbidade e mortalidade em todo o mundo. Em muitos países, durante as últimas duas décadas, tem emergido como um crescente problema econômico e de saúde pública. Numerosos surtos de DTA atraem atenção da mídia e aumento do interesse dos consumidores.
   Espera-se que o problema aumente no século 21, especialmente com as várias mudanças globais que influenciam a segurança alimentar internacional: crescimento da população, facilidade de deslocamento, exportação de alimentos, rações animais, condições sócio, econômicas e sanitárias das comunidades.

Distribuição no Brasil e no mundo
    A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, a cada ano, mais de dois milhões de pessoas morram por doenças diarreicas, muitas das quais adquiriram ao ingerir alimentos contaminados.
    Estima-se que as DTA causem, anualmente, nos Estados Unidos (EUA), aproximadamente 76 milhões de casos, 325.000 hospitalizações e 5 mil mortes.
    No Brasil, faz-se a vigilância epidemiológica de surtos de DTA e não de casos individuais, com exceção da cólera, febre tifoide e botulismo. Essa vigilância (VE-DTA) teve início em 1999 e há registro médio de 665 surtos por ano, com 13 mil doentes.

Dicas para viajantes/turistas
   De acordo com estimativa da Embratur, a Copa do Mundo deverá gerar um fluxo de 3,6 milhões de turistas, número equivalente à metade do total de visitantes nacionais e estrangeiros que deverão circular pelo país em 2014, segundo estimativas do Ministério do Turismo.
    Uma das maiores preocupações que afeta o turismo está relacionada com a inocuidade dos alimentos.
   A expansão das atividades turísticas em lugares não tradicionais leva à instalação de estabelecimentos produtores de alimentos não permanentes e às vezes precários, com a venda de produtos denominados artesanais ou da fazenda que não são inspecionados pela vigilância sanitária.
   A qualidade dos alimentos e água, os hábitos alimentares, a seleção dos locais onde são consumidos, os procedimentos de manipulação e conservação e a própria higiene pessoal são fatores de risco de importância para a ocorrência de doenças transmitidas por alimentos.
    Entre várias infecções e intoxicações, é comum que os turistas tenham diarreia, conhecida como “diarreia dos viajantes”, e a mesma é consequência da ingestão de alimentos ou bebidas em más condições sanitárias.

Sugestões aos turistas
    As recomendações que seguem são de aplicação geral, tanto para os alimentos comprados de vendedores de rua em postos fixos ou ambulantes, como também para os hotéis ou restaurantes bem conceituados:
• Lave as mãos regularmente:
- antes, durante e após a preparação dos alimentos;
- ao manusear objetos sujos;
- depois de tocar em animais;
- depois de ir ao banheiro ou após a troca de fraldas;
- antes da amamentação;
- entre outras situações.
• Assegure-se que o alimento servido esteja bem cozido e quente (acima de 60ºC);
• Selecione alimentos frescos com boa aparência, e antes do consumo os mesmos devem ser lavados e desinfetados;
• Não coma alimentos crus, com exceção das frutas e verduras que podem ser descascadas, cujas cascas estejam íntegras;
• Para desinfecção, os alimentos crus como frutas, legumes e verduras devem ser mergulhados durante 30 minutos em uma solução preparada com 1 colher de sopa (10mL) de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água tratada;
• Lave e desinfete todas as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos;
• Alimentos prontos que serão consumidos posteriormente devem ser armazenados sob refrigeração (abaixo de 5°C) e aquecidos no momento do consumo (centro do produto 70°C);
• Não coma alimentos que tenham estado em temperatura ambiente por mais de duas horas, isso representa um dos maiores riscos de ter uma DTA;
• Reaquecer bem os alimentos que tenham sido congelados ou refrigerados antes de consumi-los;
• Compre alimentos seguros verificando prazo de validade, acondicionamento e suas condições físicas (aparência, consistência, odor). Não compre alimentos sem etiqueta que identifique o produtor;
• Os pescados e mariscos de certas espécies, e em alguns países em particular, podem estar contaminados com toxinas que permanecem ativas, apesar de uma boa cocção. Solicite orientação aos moradores do lugar;
• Consumir leite pasteurizado, esterilizado (UHT) ou fervido. Não beba leite crus nem cosuma queijo, manteiga ou iogurte obtidos a partir do leite cru;
• Sorvetes de procedência duvidosa são de risco. Evite-os!
• Evite preparações culinárias que contém ovos crus (Ex. gemada, ovo frito mole, maionese caseira);
• Evitar o consumo de alimentos crus, mal cozidos/assados (saladas, carnes, dentre outros);
• Evitar o contato entre alimentos crus e cozidos;
•Evitar comidas vendidas por ambulantes;
• Manter os alimentos fora do alcance de insetos, roedores e outros animais;
• Não tomar banho/nadar em rios, lagos, piscinas com água contaminada; evitar praias poluídas;
• Beber água e/ou gelo apenas de procedência conhecida;
• Quando estiver em dúvida quanto ao tratamento adequado (potável) da água de beber, ferva ou trate a água com produtos específicos para desinfecção da água;
• A água também pode ser tratada com solução de hipoclorito de sódio a 2,5%. Coloque 2 gotas em 1 litro de água e aguarde por 30 minutos antes de consumir.

Fonte

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Alimentos Funcionais


O conceito de nutrição está evoluindo, a dieta hoje não deve apenas ser entendida como suficiente, no sentido de evitar déficits de nutrientes, mas também deve ser vista como uma nutrição ótima que objetiva a qualidade de vida. A alimentação ganha um enfoque terapêutico e preventivo e atua na promoção da saúde (ANGELIS, 2001; SILVEIRA-RODRIGUEZ et al.,2003).
Pensando pelo lado de que o alimento não só tem a função de nutrir como também de fornecer outros benefícios ao indivíduo, temos o conceito de alimentos funcionais, que surgiu no Japão durante a década 1980.
Segundo a portaria nº 398 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde brasileiro de 1999, a definição para alimento funcional é: “todo aquele alimento ou ingrediente que, além das funções nutricionais básicas, quando consumido na dieta usual, produz efeitos metabólicos e/ou fisiológicos benéficos à saúde, devendo ser seguro para o consumo, sem supervisão médica” (PIMENTEL et al., 2005)..
Os alimentos funcionais possuem compostos bioativos, denominados de fitoquímicos, capazes de atuar como moduladores dos processos metabólicos, prevenindo o surgimento precoce de doenças degenerativas. A produção destes compostos esta diretamente ligada ao ambiente onde a planta se desenvolve, sendo que as plantas cultivadas naturalmente apresentam uma maior probabilidade de conter esses fitoquímicos.
Exemplos de alguns fitoquímicos:



1. Ácidos alfa-linoleicos:
São considerados estimulantes do sistema imunológico e responsáveis por ajudar no controle de infecções. Alimentos que os contêm: nozes, amêndoas e os óleos de soja e linhaça.

2. Beta-glucanos:
Protetores contra doenças cardiovasculares. São encontrados em aveia, cevada, linhaça e milho.

3. Carotenoides:
Como precursores da vitamina A ajudam a manter saudável a função visual. Têm ação antioxidante e anticarcinogênica além de evitar infartos e derrames cerebrais, pois previnem a formação de coágulos sanguíneos.Encontrados em cenoura, manga, pitanga, abóbora, mamão, tomate, couve, agrião, espinafre e almeirão.

4. Fenóis e polifenóis:
Os compostos fenólicos existentes nos alimentos abrangem os ácidos fenólicos, cumarinas, flavonoides e taninos. Têm ação antioxidante,antialérgica, anti-inflamatória e anticarcinogênica. Alimentos funcionais em que são encontrados: uva, amora-preta, pêssego, mirtilo, pitanga, cereja, berinjela e chá verde.

5. Fibras vegetais ou dietéticas:
São o citoesqueleto dos vegetais. Substâncias consideradas indisponíveis como fonte de energia, pois não sofrem hidrólise pelas enzimas do intestino humano, mas podem ser fermentadas por algumas bactérias. São classificadas como solúveis e insolúveis.

6. Fitosteróis:
São componentes naturais dos óleos vegetais comestíveis e também são chamados de esteróis vegetais. Auxiliam na prevenção de doenças cardíacas e reduzem os níveis de colesterol se consumidos regularmente, pois inibem a absorção da fração LDL a partir do intestino delgado. Alimentos funcionais que os contêm: verduras, frutas e legumes.

8. Tocoferóis:
Função anticarcinogênica e antioxidante. Mais conhecido como vitamina E,são encontrados no germe de trigo, semente de girassol, caroço algodão, óleo de dendê, amendoim, milho e soja.

9. Probióticos:
São alimentos que se caracterizam por conter microrganismos vivos atuando de forma benéfica no organismo hospedeiro e promovendo o balanço de sua microbiota intestinal.

10. Prebióticos:

São ingredientes alimentares não digeríveis, com ação benéfica no organismo usuário estimulando o crescimento e a atividade das bactérias presentes no cólon. Somente os oligossacarídeos e os fruto oligossacarídeos atendem a esses critérios.

REFERÊNCIAS
Vizzotto, Márcia Alimentos funcionais: conceitos básicos/ Márcia Vizzotto, Ana Cristina Krolow e Fernanda Cardoso Teixeira. – Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2010.20 p. – (Embrapa Clima Temperado. Documentos, 312). Disponível em: