segunda-feira, 24 de agosto de 2020

5 de agosto: Dia Nacional da Vigilância Sanitária

 

Além de zelar pela segurança e pela qualidade de produtos e serviços, também é atribuição da vigilância sanitária estabelecer medidas de enfrentamento a doenças, como a Covid-19.



Cinco de agosto foi o Dia Nacional da Vigilância Sanitária, instituído em 2015 pela Lei 13.098. A data homenageia o nascimento do médico e sanitarista Oswaldo Cruz, e marca o reconhecimento da importância estratégica dessa área, responsável por diversas ações de preservação da saúde da população.     

Além da promoção da segurança e da qualidade dos produtos e serviços utilizados diariamente pela população, também é atribuição da vigilância estabelecer medidas de enfrentamento sanitário em momentos preocupantes, como o que estamos vivenciando na atual pandemia de Covid-19.   

No mundo, é uma das mais importantes áreas da saúde pública, por estabelecer regulamentações que visam atender a necessidades das populações de cada nação, criando barreiras de proteção à vida.    

Rede   

Internacionalmente, a vigilância sanitária forma uma rede de proteção mundial. No Brasil, a Anvisa cumpre o mesmo papel que, lá fora, é desempenhado pelas agências reguladoras norte-americana (Food and Drug Administration – FDA), europeia (European Medicines Agency – EMA), japonesa (Pharmaceuticals and Medical Devices Agency – PMDA) e australiana (Therapeutic Goods Administration – TGA), isso só para citar alguns exemplos.     

Essas instituições contam com equipes técnicas de especialistas capacitadas para avaliar a realização de estudos sobre novos medicamentos e a entrada de inovações tecnológicas, como os dispositivos e equipamentos médicos, além de estabelecer condições rigorosas para aprovação e registro de fármacos, alimentos e diversos outros produtos, bem como realizar ações de monitoramento de serviços de saúde.   

As agências também investem em ações de promoção da convergência regulatória, que significa alinhar normas, fazendo com que não existam padrões distintos, nacionais e internacionais, aplicados aos produtos sujeitos à vigilância sanitária, facilitando a circulação de produtos, o comércio internacional e o acesso da população a produtos de qualidade, algo essencial neste momento de pandemia.       

Anvisa 

Criada em 1999, a Anvisa é reconhecida internacionalmente como órgão de excelência na área. Essencial à vida dos brasileiros e à economia nacional, sua atuação abrange atividades como a regulação, a fiscalização, o monitoramento e o registro de produtos, além do controle sanitário de portos, aeroportos e fronteiras e ainda a coordenação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS).   

Ao todo, o órgão é responsável por 12 temas gerais: agrotóxicos, alimentos, cosméticos, laboratórios analíticos, medicamentos, saneantes, farmacopeia, tabaco, serviços de saúde e produtos para saúde, além da área de portos, aeroportos e fronteiras e de sangue, tecidos, células e órgãos. De acordo com dados de 2014, em estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, os produtos regulados pela Anvisa correspondiam a 22,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.  

Conexão com estados e municípios 

Para dar conta do trabalho de vigilância sanitária em um país com a dimensão e a divisão territorial do Brasil, além de sua diversidade geográfica, populacional e econômica, existe uma rede nacional de atuação, que abrange o nível central (Anvisa) e as unidades nos estados, municípios e Distrito Federal (DF), conhecidas como as Vigilâncias Sanitárias (Visas) estaduais, municipais e do DF. Esse conjunto forma o SNVS, coordenado pela Agência.  

Embora haja uma coordenação nacional, as Visas são independentes e autônomas na sua atuação em seus territórios. Dessa forma, desempenham um importante conjunto de atividades rotineiras, tais como autorização de funcionamento de estabelecimentos, realização de inspeções e fiscalização, bem como a concessão de certificação de boas práticas, além de licenciamento para empresas que trabalham com produtos sujeitos à vigilância sanitária, entre outras atribuições.  

Além disso, a atuação das Visas assegura a qualidade do sangue na rede brasileira de hemoderivados, bem como de órgãos e tecidos para transplantes. Também há forte atuação nas áreas de portos, aeroportos e fronteiras, onde funcionam como uma tela de proteção sanitária, evitando a entrada e a saída de produtos fora dos padrões de qualidade exigidos mundialmente. Portanto, as Vigilâncias Sanitárias são essenciais para a adoção e o êxito das medidas de enfrentamento ao novo coronavírus (Sars-CoV-2).     

Ações durante a pandemia  

A importância da vigilância pode ser notada no rol de ações implementadas pela Anvisa, por meio de suas diversas áreas, neste momento de pandemia. Confira alguns exemplos:   

Portos, aeroportos e fronteiras (PAF): primeira a sentir o impacto da pandemia, a área orientou as comunidades portuárias, aeroportuárias e de fronteiras sobre como deveriam proceder diante do novo cenário, bem como divulgou esclarecimentos para viajantes e aprovou novos requisitos sanitários para importação e exportação de bens e produtos, entre diversas medidas.  

Serviços de saúde: orientou sobre prevenção e controle de infecções, hospitais de campanha, implantação das práticas de segurança do paciente e equipamentos de proteção individual (EPIs), além de ter participado da campanha “Salve vidas: higienize suas mãos”, da OMS, que, neste ano, teve como tema “Profissionais de enfermagem e atenção obstétrica – o cuidado seguro está em suas mãos”.  

Medicamentos: estabeleceu critérios, procedimentos e requisitos para a exportação, a distribuição e o controle da cloroquina e da hidroxicloroquina, e para a liberação de pesquisa com a hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19. Também foram estabelecidos critérios, requisitos e procedimentos extraordinários para avaliação de pedidos de registro de medicamentos e produtos biológicos para prevenção e tratamento da doença e autorização de estudos clínicos para a Covid-19.   

Produtos para saúde: adotou medidas regulatórias destinadas à venda de máscaras de proteção de uso não profissional (máscaras de tecido) em farmácias e drogarias, aprovação de testes rápidos para Covid-19 e orientações sobre máscaras N95 ou equivalentes, além da priorização de análise de pedidos de registro de ventiladores pulmonares.  

Saneantes, cosméticos e produtos para higiene: foram estabelecidos critérios e procedimentos para fabricação, comercialização e exposição à venda de preparações antissépticas ou sanitizantes, aprovação de géis antissépticos e autorização temporária de produção e comercialização de álcool gel de forma direta a farmácias de manipulação.  

SNVS: publicou medidas para ampliação da capacidade laboratorial pública nacional para o diagnóstico da Covid-19 e financiamento especial e específico para as Vigilâncias Sanitárias locais com maiores dificuldades em relação ao enfrentamento da doença, em especial aquelas com problemas nas fronteiras.   

Sangue, tecidos, células e órgãos: aprovou novos critérios para triagem clínica de candidatos à doação de sangue e à doação de órgãos e tecidos, para manejo dos pacientes em lista de espera e dos transplantados e diretrizes para a triagem de pacientes e doadores que realizam procedimentos de reprodução humana assistida. Também tratou do uso de plasma convalescente (parte líquida do sangue coletada de pacientes que se recuperaram da infecção pelo novo coronavírus) como procedimento experimental para tratamento da Covid-19 e divulgou orientações sobre ensaios clínicos e o uso experimental de produtos de terapias avançadas.  

Alimentos: as medidas adotadas foram focadas no uso de luvas e máscaras em estabelecimentos da área de alimentos, orientação para a produção segura de alimentos, orientações para os serviços de alimentação com atendimento direto ao cliente e boas práticas de fabricação e manipulação, entre outras.   

Referência:

Ascom/Anvisa5 de agosto: Dia Nacional da Vigilância Sanitária. 04/08/2020. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/noticias?p_p_id=101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU&p_p_col_id=column-2&p_p_col_pos=1&p_p_col_count=2&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_groupId=219201&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_urlTitle=5-de-agosto-dia-nacional-da-vigilancia-sanitar-1&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_assetEntryId=5969403&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_type=content


domingo, 16 de agosto de 2020

Cidade chinesa encontra coronavírus no frango brasileiro exportado

© REUTERS
© REUTERS


No dia 12 de agosto, o Brasil recebeu a preocupante notícia da detecção do novo coronavírus em frango que foi exportado para a China. O governo da cidade de Shenzhen, localizada ao lado de Hong Kong e com a quarta maior população do país, soltou uma notificação do resultado positivo do teste de amostras do nosso frango, apontando uma fábrica catarinense da Aurora Alimentos como produtora dessa exata amostra.

Porém, a Aurora publicou uma nota oficial informando que não houve confirmação pela autoridade pública nacional chinesa. Além disso, o Ministério da Agricultura do Brasil relembrou a falta de comprovação científica de que o novo coronavírus pode ser transmitido pelo transporte de alimentos ou embalagens de alimentos congelados, o que foi reiterado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), citando a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

A notícia do teste positivo foi comentada internacionalmente pela preocupação da ocorrência de novos surtos devido ao transporte de alimentos. Isso poderia trazer sérias conseqüências para o Brasil, cuja economia depende em grande parte da exportação de alimentos. O jornal estadunidense The New York Times publicou na quinta-feira (13) uma matéria contando o ocorrido e reunindo declarações de especialistas em virologia afirmando que a probabilidade de se contrair o vírus por meio de comida – principalmente congelada – é muito baixa. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, uma agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, diz que não há evidência que sugira que o manuseio e consumo de comida estejam associados com a contaminação do vírus da Covid-19, apoiando o que o Ministério da Agricultura do Brasil havia afirmado.

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

AGROTÓXICOS E SAÚDE

 

Desenvolvidos durante a segunda guerra mundial e utilizados como armas químicas, os agrotóxicos hoje são usados como defensivos agrícola. Diante da modernização da agricultura, esses passaram a ser útil em grande quantidade para controlar pragas, afim de evitar prejuízo, uma vez que podem modificar as composições da flora e da fauna.

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Fonte: https://escolakids.uol.com.br/geografia/agrotoxicos.htm acessado: 05/08/2020


E qual impacto da utilização desses agrotóxicos?


O impacto causado por agrotóxicos não é observado na maior parte das vezes, pois o maior foco de intoxicação ocorre em áreas rurais onde muitas vezes não possuem centros de controle de intoxicações, contribuindo assim para uma divergência no número de casos registrados e a realidade.

Tabela 1: Notificação de intoxicações por agrotóxicos, por unidade de Federação - Brasil (2007-2015)

Fonte: Sinan. Consulta ao banco de dados

(consulta de dados referentes a 20015 são parciais)


Como ocorre a intoxicação?


A intoxicação se dá por meio da contaminação ambiental e por meio de resíduos presentes em alimentos, os agrotóxicos estão presentes em pequenas quantidades nos alimentos e acumulam-se no organismo, o que não ocasiona doenças de imediato, porém seu acúmulo faz com que o indivíduo tenha uma má absorção de nutrientes, havendo muitas vezes doenças degenerativas, como câncer.


Um exemplo de agrotóxico que provoca problemas na saúde e era muito utilizado no Brasil é o DDT (diclorodifeniltricloroetano), que ao ser estudado demonstrou o ocasionamento de altas concentrações de hormônios que estimulam a tireóide TSH, causando assim hipotireoidismo. Outras ações que pode causar são: aumento de câncer de mama, diminuição da quantidade de sêmen, câncer nos testículos, mudanças no ciclo menstrual, aborto espontâneo e mudanças no amadurecimento sexual.


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Fonte:http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI283394-18071,00-PIMENTAO+MORANGO+E+PEPINO+LIDERAM+RANKING+DE+ALIMENTOS+COM+AGROTOXICOS.html acessado: 07/08/2020


Muitos agrotóxicos ficam nas cascas de legumes e frutas, porém maior parte deles pode agir em toda a planta, incluindo os frutos, por isso a qualidade do alimento deve ser certificada. Análises podem mostrar que há resíduos de produtos não autorizados, trazendo um grande risco à saúde, pois se um produto não apresenta qualidade para o consumo pode ser intolerável. Dessa forma, os limites máximos de resíduos são estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela comissão do Codex Alimentarius das Nações unidas para a Agricultura e Alimento (FAO).

Nesse sentido, pode-se afirmar que os agrotóxicos causam danos à saúde e ao meio ambiente, trazendo uma série de problemas de diversos tipos sendo eles, intoxicações agudas e crônicas, causando paralisias, danos no desenvolvimento do feto, dificuldade respiratória, tremores, convulsões, entre outros. Por isso é necessário conhecer a qualidade dos produtos, comprando alimentos que passaram por análise e possuem selo de qualidade e dar preferência a alimentos orgânicos e de pequenos produtores, tendo assim sempre produtos próprios para o consumo.

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Fonte:https://www.promotorapresenca.com.br/noticias/605-anvisa-divulga-lista-dos-alimentos-mais-contaminados-por-agrotoxicos acessado: 07/08/2020

Referências

https://www.tuasaude.com/3-doencas-causadas-por-alimentos-contaminados/

https://www.scielosp.org/article/csc/2007.v12n1/7-14/pt/

https://www.scielosp.org/article/csc/2005.v10suppl0/91-100/pt/

https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422009000400031&script=sci_arttext

https://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/757610/1/almeidaagrotoxicos.pdf

http://revista2.grupointegrado.br/revista/index.php/sabios2/article/view/152/237

https://revistas.ufpr.br/pesticidas/article/view/39500/24282

https://www.ecycle.com.br/3671-agrotoxicos.html

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relatorio_nacional_vigilancia_populacoes_expostas_agrotoxicos.pdf