quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Esporão-do-centeio: entenda o fungo causador do Fogo de Santo Antônio


Claviceps é um gênero de fungo da classe dos ascomicetos (capaz de formar ascos), permitindo-lhe que produza esporos. Sua principal forma de reprodução é por via assexuada, sendo por brotamento nos seres unicelulares e esporulação nos pluricelulares. O Claviceps purpurea é popularmente chamado de cravagem do centeio e é conhecido por atacar cereais e causar o Fogo de Santo Antônio ou ergotismo. Ele também é um fungo alucinógeno utilizado na fabricação de LSD.



PATOLOGIA: É uma doença causada pela ingestão de alimentos contaminados por Claviceps purpúrea ou pelo uso exacerbado de drogas provindas de ergolina. São os escleródios do fungo (forma esporulada), possuidores de alcalóides que atuam em receptores adrenérgicos, que causam a patologia.
·         Sinais e Sintomas: vasoconstrição das artérias de membros superiores e inferiores; bradicardia; dores cutâneas. Também podem haver episódios de convulsões, transtorno de comportamento, delírios e alteração da percepção de consciência.
·         Mais encontrados em: arroz, milho, trigo e grãos em geral.

CURIOSIDADES E ATUALIDADES:
- Ergotismo era uma doença bastante comum na Idade Média, especialmente pelas técnicas menos rebuscadas de colheita, transporte e armazenamento;
- Foi também na Idade Médica que a patologia ganhou o nome de Fogo de Santo Antônio, devido a sensação de queimação nos membros que a doença causa.
- A Ordem de Santo Antônio era uma congregação católica que tinha o propósito de cuidar dos enfermos acometidos por essa doença

CONCLUSÃO: Como atualmente tem-se o conhecimento do fungo causador dessa doença, os devidos cuidados na colheita, transporte e – principalmente – armazenamento tornam os casos em humanos cada vez mais raros. Como os fungos precisam de temperatura, umidade e outros fatores ambientais propícios para se desenvolverem, ao privá-los desses fatores reduzimos as chances de contaminação. Atualmente, os animais são os mais propícios a serem contaminados por causa de suas rações.


REFERÊNCIAS

sábado, 20 de outubro de 2018

GASTROENTERITE CAUSADA POR NOROVÍRUS


O norovírus (conhecido antigamente por Norwalk-Like Virus) é um tipo de vírus de tamanho pequeno, redondo e resistente que possui grande capacidade infecciosa, sendo hoje reconhecido como a principal causa da gastroenterite aguda de origem não bacteriana e das intoxicações alimentares, a infecção por norovírus ocorre frequentemente na população e estes conseguem sobreviver em temperaturas entre 0ºC à 60º C.
O QUE É GASTROENTERITE?
A gastroenterite é uma infecção que acomete o sistema digestivo, gerando uma inflamação das paredes do intestino e do estômago.
TRANSMISSÃO: os norovírus são transmitidos habitualmente por meio do consumo de alimentos e bebidas contaminados, através do contato direto com substâncias infectadas como fezes e vômitos ou até mesmo aerossóis liberados por esses vômitos, além da transmissão de pessoa para pessoa. 
PRINCIPAIS ALIMENTOS FONTES DE CONTAMINAÇÃO:
- moluscos (ostras, mexilhões e amêijoas)
- legumes mal cozidos
- frutas

PRINCIPAIS SINTOMAS: são febre, enjoo, vômitos, diarreia, dores abdominais, perda de apetite, desidratação e perda de peso. Os sintomas surgem normalmente em um período de 24 à 48 horas após a infecção , tendo duração de 1 à 3 dias. Vale destacar que mesmo após 2 dias desde o desaparecimento dos sintomas a pessoa ainda pode transmitir o vírus .
TRATAMENTO: a gastroenterite pode passar sozinha, sendo o tratamento necessário apenas para amenizar os sintomas e repor a perda de líquidos, mesmo assim é recomendado procurar um médico antes de tomar qualquer medicação para as dores.
PREVENÇÃO: as melhores maneiras para evitar essa infecção são manter a higienização das mãos após o uso do banheiro e antes de manipular os alimentos, lavar bem frutas e verduras, evitar consumo de alimentos crus e não lavados, lavar com atenção objetos e superfícies que possam estar potencialmente contaminadas e evitar compartilhar toalhas. Os manipuladores de alimentos devem sempre ter as mãos bem higienizadas e manter o local de trabalho limpo, já que estes são os que têm maior contato com os alimentos.
REFERÊNCIAS:


quarta-feira, 17 de outubro de 2018

                                                   CIGUATERA: O MAL QUE VEM DOS PEIXES



INTRODUÇÃO
A intoxicação alimentar por ciguatera está relacionada ao consumo de pescados contaminados com ciguatoxinas, que são produzidas por microalgas que se desenvolvem habitualmente em corais ou macroalgas presentes em águas tropicais ou subtropicais nos oceanos Índico, Pacífico e Mar do Caribe. A espécie produtora mais comum é o dinoflagelado Gambierdiscus toxicus. A cadeia começa com a microalga (dinoflagelado) que produz a ciguatoxina e vive na superfície de algumas algas. As microalgas são comidas, diretamente, pelos invertebrados filtradores e pelos peixes herbívoros e onívoros que se alimentam de algas, e, indiretamente, pelos peixes carnívoros que se alimentam dos invertebrados e dos peixes herbívoros ou onívoros. Como a ciguatoxina é cumulativa no organismo dos seres ao longo da cadeia alimentar, a medida em que se sobe na cadeia, maior será a quantidade de toxina acumulada. Assim, um peixe carnívoro terá, provavelmente, maior quantidade acumulada do que um herbívoro. Das espécies de peixes implicadas com esse tipo de envenenamento (mais de 400 em todo o mundo), a maioria possui alto valor comercial para a alimentação humana e constitui a base de muitas industrias pesqueiras e peixarias locais. Normalmente, essas espécies estão livres da contaminação (boas para a alimentação).  Estas toxinas são inativadas pela cozedura, congelação ou pelo suco gástrico. Cerca de 10 000 a 50 000 pessoas são afetadas anualmente pela intoxicação, sendo só registados cerca de 2-10% dos casos.

                                          SINTOMAS       
Os indivíduos afetados por intoxicação por ciguatera desenvolvem uma constelação de sintomas que podem ser gastrointestinais (diarreia, náuseas, vómitos e dor abdominal), neurológicos (parestesias das extremidades, prurido, tontura, ataxia ou descoordenação motora) ou cardíacos (bradicardia, hipotensão ou bloqueio aurículo ventricular). Nos casos mais graves, as vítimas podem entrar em estado de choque e morrer. Além disto, os indivíduos que já tenham sofrido este tipo de intoxicação devem ter cuidados redobrados, pois a sua sensibilidade à toxina é muito mais elevada e, desta forma, basta consumir uma pequena dose para apresentar claros sintomas de intoxicação alimentar.

                                DICAS DE PREVENÇÃO PARA O CONSUMIDOR:
  • Adquira peixes de coral apenas em lojas conhecidas e de confiança;
  • Nunca adquira peixes de coral cuja origem seja desconhecida;
  • Evite consumir grandes quantidades de peixes de coral de uma só vez;
  • Aconselha-se escolher peixes de coral com menos de 3 Kg, pois o nível de concentração da toxina aumenta com o tamanho do peixe;
  • Evite consumir a cabeça, pele, vísceras, órgãos reprodutores e ovas de peixes de coral, partes em que a toxina se concentra;
  • Ao consumir peixes de coral, evite o consumo de bebidas alcoólicas, nozes ou feijões, pois estes alimentos tendem a agravar os sintomas de intoxicação alimentar;
  • No caso de sintomas de intoxicação por ciguatera, procure, de imediato, assistência médica.


                                                                        TRATAMENTO
O tratamento da intoxicação ciguatera é essencialmente de suporte, baseado nos sintomas apresentados pela vítima. Vários tratamentos já foram sugeridos, porém nenhum comprovou pleno sucesso. A lavagem gástrica seguida pela ingestão de carvão ativado em solução de sorbitol possui um valor apenas limitado e, ainda assim, somente se administrado dentro das três primeiras horas após a intoxicação. As náuseas e vômitos podem ser controlados com antieméticos. O maior problema sistêmico é a hipotensão. Neste caso, o recomendável é a administração intravenosa de gluconato de cálcio. A arritmia que leva à insuficiência cardíaca e à hipotensão responde bem à administração de atropina intravenosa. Durante a recuperação da intoxicação, a vítima deve excluir de sua dieta os seguintes alimentos: peixes e frutos do mar, bebidas alcoólicas e nozes e seus óleos. A ingestão desses alimentos pode resultar na exarcebação da síndrome da ciguatera.



Referências:



domingo, 14 de outubro de 2018

O que é Brucelose Humana ?


A brucelose, conhecida por febre malta, febre ondulante ou febre mediterrânea, trata-se de uma zoonose, que tem como agente etiológico uma bactéria do gênero Brucella. Este gênero de bactéria são bacilos Gram-negativos, aeróbios, imóveis, encapsulados, não formadores de esporos. Sendo as principais correspondentes Brucella abortus (gado), Brucella suis (suínos), Brucella metitensis (caprinos), Brucella cannis (caninos “menos comum”).
Como se contrai a doenças?
A infecção ocorre quando os indivíduos entram em contato com animais doentes ou consomem produtos de origem animal contaminados com a bactéria como leite não pasteurizado, produtos lácteos (queijo e manteiga, por exemplo) e carne mal passada.
 Quem tem mais risco de contrair a doenças?
  • Homens adultos que trabalham com a saúde, criação e manejo de animais.
  • Trabalhadores de laticínios e donas de casa: no contato com carne ou leite que podem estar contaminados.
  • Laboratoristas: na produção de vacinas e antígenos.
  • Mulheres grávidas ao consumir carnes ou produtos lácteos contaminados podem contrair a doença e transmitir para o feto ( transmissão vertical).

Quais são os sintomas?
A bactéria atingi o trato reprodutivo, as articulações e o sistema retículoendotelial, assim, os sintomas variam de acordo com a fase da doença por exemplo:

Fase aguda: Os sintomas podem ser confundidos com os da gripe como febre intermitente/ recorrente/ondulante, sudorese noturna (suor com cheiro de palha azeda), calafrios, fraqueza, cansaço, dor de cabeça, no abdômen e nas costas.

Fase crônica: Os sintomas já são mais intensos como febre recorrente, grande fraqueza muscular, forte dor de cabeça, falta de apetite, perda de peso, tremores, manifestações alérgicas (asma, urticária, etc.), pressão baixa e alterações da memória.

Em quadros mais graves, a Brucelose pode acometer vários órgãos, entre eles  o sistema nervoso central, o coração, os ossos, as articulações, o fígado e o aparelho digestivo.
Diagnóstico
 É realizada uma investigação detalhada do paciente, tanto da sua condição clínica quanto do seu histórico, em associação com exames laboratoriais como hemograma, cultura bacteriana e teste sorológicos.
Tratamento
Ainda não existe vacina preventiva contra Brucelose humana. Mas o tratamento do paciente que contraiu a doença consiste na associação de antibióticos (tetraciclina, gentamicina, doxiciclina) e deve ser mantido por seis semanas. Também, durante a fase aguda da doença, o paciente deve permanecer em repouso e bem hidratado.
Prevenção
  • Vacinação dos animais.
  • Higiene pessoal e de utensílios de trabalho de manipuladores de alimentos.
  • Boas práticas de preparo e escolha dos alimentos, principalmente de carne e subprodutos do leite ( que devem ser pasteurizado ou fervido).






 Referência: