terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Alimentos fermentados podem reduzir níveis de inflamação

 Alimentos fermentados estão há muito tempo na dieta básica em muitas regiões do mundo. Por milhares de anos, diferentes culturas dependeram da fermentação para produzir pão e queijo, conservar carnes e vegetais e realçar os sabores e texturas do que comem.

    Agora os cientistas estão descobrindo que comer esses alimentos pode alterar a composição das trilhões de bactérias, vírus e fungos que habitam nosso trato intestinal, conhecidos como microbioma intestinal. Podendo também, levar a níveis mais baixos de inflamação em todo o corpo, que os cientistas associam cada vez mais a uma série de doenças ligadas ao envelhecimento.


    As últimas descobertas vêm de um estudo publicado na revista Cell, realizado por pesquisadores da Universidade de Stanford. Eles queriam pesquisar o impacto que os alimentos fermentados poderiam ter no intestino e no sistema imunológico, e como isso poderia se comparar a uma dieta relativamente saudável e rica em fibra, cheia de frutas, vegetais, feijão e grãos integrais.

    Para o estudo, os pesquisadores recrutaram 36 adultos saudáveis e os dividiram aleatoriamente em grupos. Um deles foi designado para aumentar o consumo de vegetais ricos em fibras, enquanto um segundo foi instruído a comer muitos alimentos fermentados, incluindo iogurte, chucrute, kefir, kombucha e kimchi.

    Esses alimentos são feitos pela combinação de leite, vegetais e outros ingredientes crus com microrganismos como fermento e bactérias. Como resultado, os alimentos fermentados costumam estar repletos de microrganismos vivos, bem como subprodutos do processo de fermentação que incluem várias vitaminas e ácidos lático e cítrico.

    Os participantes seguiram as dietas por dez semanas, enquanto os pesquisadores rastrearam marcadores de inflamação em seu sangue e procuraram por mudanças em seus microbiomas intestinais.

   Após o período de acompanhamento, nenhum dos grupos apresentou mudanças significativas nas medidas de saúde imunológica geral. Mas o grupo de alimentos fermentados mostrou reduções marcantes em 19 compostos inflamatórios. Entre eles a interleucina-6, uma proteína que tende a ser elevada em doenças como diabetes tipo 2 e artrite reumatoide. O grupo rico em fibras, em contraste, não mostrou uma diminuição comparável.

    Para as pessoas no grupo dos fermentados, as reduções nos marcadores inflamatórios coincidiram com as mudanças em seus intestinos. Eles começaram a abrigar uma gama mais ampla e diversa de micróbios, algo semelhante ao que foi observado em estudos recentes com esses alimentos.

    Níveis mais altos de diversidade do microbioma intestinal são geralmente considerados uma coisa boa. Estudos relacionaram taxas mais baixas a problemas como obesidade, diabetes tipo 2 , doenças metabólicas e outros males. Pessoas que vivem em nações industrializadas tendem a ter menos diversidade microbiana em seus intestinos do que aquelas que vivem em sociedades mais tradicionais e não industrializadas.


Referência: 


https://oglobo.globo.com/saude/bem-estar/consumo-de-alimentos-fermentados-como-iogurte-kombucha-pode-reduzir-niveis-de-inflamacao-mostra-estudo-25164898?versao=amp


segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Indústria quer mudar regras para validade de alimentos não perecíveis

A data de validade dos alimentos é um limite que indica o período em que o alimento pode ser consumido, e a legislação diz que estabelecimentos não podem comercializá-los após esta data. Mas nem todos os alimentos que passam da data de validade estão impróprios para o consumo. Pensando nisso, a ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos) propõe uma nova abordagem em relação ao conceito de data de validade para alimentos não perecíveis. 

Nesta nova abordagem, os estabelecimentos poderiam efetuar a venda dos alimentos não perecíveis que passaram da data sem haver penalidades, e o consumidor teria a opção de consumir o alimento caso o avaliasse através do odor, gosto e aparência e o julgasse próprio para consumo. Na nova abordagem proposta pela ABIA, o conceito regulatório "best before" substituiria as datas de validade nas embalagens de produtos não perecíveis que permanecem estáveis em temperatura ambiente, possuem pouca água ou passaram por esterilização. Esse termo, que significa "consumir preferencialmente antes de...", é utilizado em países como Estados Unidos e Reino Unido, e diz respeito à qualidade do alimento, não à segurança do mesmo. Após a data indicada os alimentos poderiam ter mudanças no sabor, valor nutricional e textura, mas que não significam exatamente contaminação, mas sim mudanças naturais causadas pelo tempo. Isso só vale para quando o alimento está fechado e armazenado corretamente.

A proposta foi apresentada no Fórum Nacional da Cadeia de Abastecimento, promovido pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados). Como argumento  para a mudança, foi trazido à tona um estudo realizado pela própria Abras que indica que 42,5% do descarte de alimentos no varejo é de não perecíveis e têm como causa a data de validade vencida, podendo ser considerado um grande nível de desperdício. A ABIA diz, porém, que a adoção do "best before" deve estar vinculada a rígidos programas de qualidade, entre eles o controle e boas práticas de fabricação em relação a aspectos microbiológicos.

Mas, mesmo nesse modelo, indústria e supermercados não ficam imunes à responsabilidade. O advogado Frederico Glitz afirma à UOL que, ainda que a proposta seja regulamentada, as empresas poderão ser cobradas por possíveis danos à saúde dos consumidores. Segundo ele, para que a responsabilidade pela ingestão desses alimentos seja inteiramente das pessoas, seria necessário alterar o Código de Defesa do Consumidor.

A proposta da ABIA ainda não foi manifestada como pedido formal ao governo federal, e quando for precisará ser avaliada pela Anvisa e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 

É valido lembrar que os alimentos podem parecer e cheirar bem mesmo após a data de validade, mas isso não significa que sejam sempre seguros para comer.


Referências:

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Cuidados higiênico sanitários com o preparo de comidas de final de ano

As festas celebradas ao final do ano são muito importantes e difundidas em nossa cultura. Por meio dessas festividades, encontramos pessoas queridas e importantes em nossas vidas. Culturalmente essas reuniões apresentam grandes banquetes com alimentos característicos, que podem ser feitos em casa, comprados ou até mesmo encomendados. Mas você já parou para pensar nas possíveis contaminações que podem ocorrer caso não haja segurança sanitária dos alimentos?      

                 

Fonte: Runner’s world


No Brasil o clima no final do ano é um dos mais propícios para acessos de doenças disseminadas por alimentos, alguns dos acessos mais comuns são causados por bactérias patogênicas, e os mesmos podem ser evitados quando as medidas necessárias são tomadas. Essas medidas sanitárias são extremamente importantes para evitar contaminações principalmente no atual cenário em que estamos.  

Os principais meios de contaminação são produtos de origem animal de locais  que  não possuem aval dos órgãos responsáveis, que não tem inspeção sanitária e possuem grande possibilidade de estarem contaminados.

 Produtos que não estão armazenados corretamente, com temperaturas incorretas  contribuem para a proliferação dos microrganismos patogênicos, como a  manipulação incorreta dos alimentos desde os momentos de higienização, pré-preparo, preparo, armazenamento e consumo. Também é necessário se atentar aos materiais que serão utilizados durante o preparo. 

Tendo isso em vista há alguns cuidados que devemos tomar para a preparação nos banquetes de final de ano, sendo eles: 

  • Manter a área externa limpa e sem focos de reprodução de roedores e insetos;

  • As estruturas do local como pisos, ralos, janelas e outros, devem ser de materiais de fácil higienização, de coloração clara e resistentes;

  • A água utilizada deve ser fornecida por meio de redes públicas ou poços artesianos, que possuem uma certificação e fiscalização sanitária; 

  • O local deve ter uma boa iluminação não sendo excessiva ou causando reflexos fortes ou ofuscamentos; 

  • O local também deve ter uma boa ventilação, devendo ser fornecido por meio natural, não devendo utilizar aparelhos de ar condicionado e ventiladores; 

  •  Os produtos devem ser estocados de maneira apropriada, com temperatura correta e em locais higienizados; 

  • A higienização deve ser feita nos locais e nos equipamentos que serão utilizados no preparo dos alimentos, a higienização dos manipuladores é muito importante, devendo manter as unhas pequenas e sempre limpas, utilização de roupas apropriadas,touca protetora, avental e sapatos fechados antiderrapante e a constante higienização das mãos; 

  • Evitar a entrada de pessoas que não fazem parte da equipe que trabalha com os alimentos; 

  • Os resíduos devem ser dispostos em locais que são de materiais de fácil desinfecção e higienização, com tampa e que contenha pedal, pois sua abertura não deve ser feita manualmente evitando assim contaminações; 

  • Deve se estar atento a manipulação, armazenamento e o uso dos produtos químicos, que devem ser feitos sempre em locais apropriados e longe dos alimentos;

  • Os alimentos que serão utilizados para a preparação devem provir de fontes seguras e estar em condições adequadas. Deve se levar em consideração o estado das embalagens que os mesmos se encontram, tendo uma atenção especial para os alimentos refrigerados e congelados, também é importante ter cuidado com o armazenamento e observar se o produto segue as indicações de rotulagem;

                       

Fonte: Alimentação em foco



Agora que você já sabe o porquê e quais cuidados deve ter, vai ficar mais fácil preparar, encomendar ou comprar seu banquete de final de ano com segurança.


Referências

https://www.ituporanga.sc.gov.br/arquivos/vigilancia-sanitaria/guia_boaspraticasalimentos.pdf

https://www.lojabrazil.com.br/blog/antes-de-produzir-eou-comercializar-alimentos-siga-as-normas-da-vigilancia-sanitaria/#.Yaj8PurMLcu

http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/alimenatacao_escolar/manual_de_boas_praticas_2016.pdf

https://saude.rs.gov.br/cuidados-nas-ceias-de-final-de-ano

http://www.educacao.sp.gov.br/cise/wp-content/uploads/2014/11/Manual-Boas-Praticas-SEE-2010.pdf