quinta-feira, 26 de março de 2020

É possivel a transmissão do Coronavírus por alimentos?





Uma das grandes dúvidas atualmente em relação a possibilidade de transmissão do novo coronavírus (COVID-19) se ela pode ocorrer por meio de alimentos, dessa maneira reunimos algumas informações a respeito. Segundo Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos (European Food Safety Authority - EFSA), que analisou tal possibilidade em relação a demais epidemias causadas por vírus pertencentes a mesma família, foi concluindo que não houve qualquer histórico de transmissão que tenha sido gerada por alimentos.

Dessa forma pode-se dizer que não há qualquer evidência a esse respeito, uma vez que segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) o vírus se comporta de maneira semelhante aos demais da família, necessitando de um hospedeiro (seja ele humano ou animal) para sua multiplicação, além do fato de sua sensibilidade a temperaturas superiores a 70°C, o que o eliminaria durante o cozimento.
Contudo são necessários alguns cuidados em relação a ida ao mercado uma vez que a resistência do vírus em alguns materiais já foi comprovada, sendo assim é importante mais uma vez ressaltar a importância da higiene em relação aos alimentos antes de utilizá-los, como é o caso de frutas, caso alguém contaminado tenha tossido ou espirrado nas proximidades, gotículas podem permanecer retidas, facilitando dessa forma a transmissão, o mesmo se aplica as embalagens, o esquema abaixo demonstra permanência do vírus em alguns materiais.





Recomenda-se o uso de álcool 70% para higienizar as embalagens antes de seu uso, além sempre lavar as mãos e evitar tocar na face durante o preparo dos alimentos, e caso idas ao mercado sejam necessárias lembrar de evitar tocar em embalagens e alimentos e em seguida tocar áreas como olhos, boca e rosto em geral, lembrando também que uso de máscaras para idas ao mercado, por exemplo, é recomendado apenas àqueles que estejam demonstrando sintomas da doença.






Referências
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/03/23/o-novo-coronavirus-pode-ser-transmitido-por-alimentos.htm

domingo, 8 de março de 2020

Alimentos contaminados causam a morte de 420 mil pessoas todos os anos


É necessária uma maior cooperação internacional para evitar que alimentos perigosos causem problemas de saúde e dificultem o progresso do desenvolvimento sustentável.  
O apelo foi feito, por vários líderes mundiais na sessão de abertura da Primeira Conferência Internacional de Segurança Alimentar, em Addis Abeba, na Etiópia em 2019.

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Saúde

O encontro é organizado pela União Africana, UA, em parceria com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, a Organização Mundial da Saúde, OMS e a Organização Mundial do Comércio, OMC.
Segundo a FAO, os alimentos contaminados com bactérias, vírus, parasitas, toxinas ou produtos químicos fazem com que, a cada ano, mais de 600 milhões de pessoas adoeçam e 420 mil morram em todo o mundo. As doenças ligadas a alimentos inseguros sobrecarregam os sistemas de saúde e prejudicam as economias, o comércio e o turismo. O impacto dos alimentos inseguros gera, todos os anos, uma perda de produtividade estimada em cerca de US$ 95 bilhões às economias em desenvolvimento.
Por causa dessas ameaças, a ONU considera que a segurança alimentar deve ser um objetivo primordial em todas as etapas da cadeia alimentar, desde a produção até a colheita, processamento, armazenamento, distribuição, preparação e consumo.

Segurança Alimentar

A FAO lembra que os avanços tecnológicos, a digitalização, os novos alimentos e os métodos de processamento fornecem oportunidades para aumentar a segurança alimentar e melhorar a nutrição, a subsistência e o comércio.ONU News/Daniel Dickinson
O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, afirmou, durante o encontro, que a “parceria entre a União Africana e as Nações Unidas tem sido duradoura e estratégica", destacando que “esta conferência sobre segurança alimentar é uma demonstração desta parceria.”
O diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, lembrou que o evento “é uma grande oportunidade para a comunidade internacional fortalecer os compromissos políticos e de se envolver em ações-chave” que protejam os alimentos. Para ele, é “necessário trabalhar em conjunto para aumentar a segurança alimentar nas agendas políticas nacionais e internacionais.”
Por outro lado, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus, considerou que “os alimentos devem ser uma fonte de nutrição e prazer, não uma causa de doença ou morte", alertando para o facto de apesar dos “alimentos inseguros serem responsáveis ​​por centenas de milhares de mortes todos os anos, não recebem a atenção política que merecem".
Para o responsável, é fundamental “garantir que as pessoas tenham acesso a alimentos seguros” e “exigir investimentos sustentados em regulamentações e vigilância e monitorização mais rigorosos.”

Reforço de Cooperação

Comprometidas a dar prioridade à questão da segurança alimentar, as várias agências da ONU irão continuar a trabalhar no reforço da cooperação internacional nesta área.
O diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, informou que iria ocorrer uma nova reunião em abril de 2019 para abordar a questão do comércio como “uma força importante para tirar as pessoas da pobreza”, tema que será analisado com “mais profundidade.”
Cerca de 130 países participam nesta conferência de dois dias, incluindo ministros da agricultura, saúde e comércio. Também estão presentes especialistas científicos, agências parceiras e representantes de consumidores, produtores de alimentos, organizações da sociedade civil e do setor privado.
O objetivo da conferência é identificar as principais ações que garantirão a disponibilidade e o acesso a alimentos seguros agora e no futuro. Isso exigirá um compromisso reforçado no mais alto nível político para aumentar a segurança alimentar na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Sistemas Alimentares

A FAO lembra que os avanços tecnológicos, a digitalização, os novos alimentos e os métodos de processamento fornecem oportunidades para aumentar a segurança alimentar e melhorar a nutrição, a subsistência e o comércio.
No entanto, a agência lembra que, ao mesmo tempo, as mudanças climáticas e a globalização da produção de alimentos, juntamente com uma crescente população global e crescente urbanização, representam novos desafios para a segurança alimentar.

Referências

Rede internacional de Educação de Técnicos em Saúde. Alimentos contaminados causam a morte de 420 mil pessoas todos os anos. Rio de Janeiro. 2019. Disponível em: <http://www.rets.epsjv.fiocruz.br/noticias/alimentos-contaminados-causam-morte-de-420-mil-pessoas-todos-os-anos>. Acesso em: 08/03/2020.

segunda-feira, 2 de março de 2020

Biofilme pode dobrar o prazo de validade dos ovos:

Um biofilme que possibilita revestir ovos e prolongar seu prazo de validade foi desenvolvido por pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

O material produzido à base de quitosana, polímero natural extraído da carapaça de crustáceos como camarão, lagosta e caranguejo. Além de ovos, ele pode ser usado para revestir embalagens de alimentos diversos, conferindo maior resistência mecânica e proteção contra microrganismos. O trabalho contou com a colaboração de cientistas da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
De acordo com os pesquisadores, além de aumentar a resistência e ter propriedades antifúngica e bactericida, o biofilme permite vedar microfissuras e poros na superfície de ovos. Isso resulta em um aumento do tempo de prateleira do produto. Os estudos apontam que o revestimento prolongue a durabilidade do ovo de 30 para 50 ou até 60 dias, dependendo das condições de armazenamento.


O material, que já teve patente depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), foi obtido por meio da associação de quitosana e sais de quaternários de amônia de todas as gerações disponíveis comercialmente.

Esses compostos, com propriedades antimicrobianas, são usados em concentrações controladas em indústrias de alimentos para desinfecção e como sanitizantes domésticos. A combinação com a quitosana em uma determinada concentração ideal resultou em misturas poliméricas nas quais os sais de quaternários de amônia ficam homogeneamente dispersos ou contidos na estrutura do material.
As misturas poliméricas podem ser usadas nas formas de solução, emulsão, gel e dispersões, ou ainda contidas em outras matrizes ou suportes naturais ou sintéticos.
Na forma líquida, por exemplo, o material pode ser pulverizado nos aviários diretamente sobre a casca de ovos ou no banho de desinfecção do produto, na etapa de higienização.
Ao perder água rapidamente e secar, a mistura polimérica retorna ao seu estado inicial, de polímero, com cadeias de sais de quaternários de amônia entrelaçadas em sua estrutura.
Semelhante a um verniz flexível, o material forma um biofilme que impede a colonização de fungos e bactérias na superfície da casca do ovo, impedindo que os microrganismos penetrem através de microfissuras ou poros. Além disso, ao revestir o produto, impede a perda de umidade, controla gases e, consequentemente, evita a perda de massa do ovo por evaporação, protegendo o alimento em toda a cadeia, da produção à comercialização.
Os testes laboratoriais mostraram que ovos recobertos com o material perdem 40% menos massa do que os sem a proteção com o material.

Planos de comercialização

A ideia é que o novo material seja disponibilizado para comercialização e aplicação em aviários por pulverização ou banhos de higienização, após a etapa de polimento dos ovos, anterior à seleção por tamanho.
O produto pode ser pulverizado por meio de um borrifador convencional ao passar pela esteira transportadora para ser empacotado.
O objetivo é desenvolver junto aos produtores uma solução já na concentração ideal para aplicação por meio de um processo simples, de modo a não afetar financeiramente a cadeia de produção de ovos comerciais, pois são produtos muito baratos.


Na avaliação dos pesquisadores, as soluções à base de quaternários de amônia empregadas hoje na pulverização de ovos incubáveis para desinfecção do produto não são totalmente eficazes para combater salmonelas e outros organismos.
Isso porque, ao secar, os sais de quaternários de amônia presentes nessas soluções se desprendem facilmente da superfície da casca do ovo por qualquer abrasão mecânica durante o transporte, por exemplo. No caso do biopolímero não há esse risco, pois as partículas do composto estão homogeneamente dispersas na superfície.

Novas soluções

Os pesquisadores estão desenvolvendo, agora, misturas poliméricas com novos compostos bioativos para cobertura não só de ovos, mas também de frutas e leguminosas. A ideia é desenvolver embalagens “inteligentes” para alimentos.
Algumas das vantagens dos novos compostos em desenvolvimento, em comparação com polímeros naturais como a quitosana, quitina, alginatos e pectinas, são melhor custo-benefício e maior segurança de consumo e ambiental.
Os novos compostos poderiam ser usados de forma complementar aos revestimentos poliméricos e até em aplicações especiais para diversos produtos e embalagens de alimentos.
Dessa forma, teriam menor toxicidade em comparação com os sanitizantes convencionais usados hoje para desinfecção de frutas, verduras e leguminosas e poderiam ser usados para produzir filmes plásticos e outros produtos para revestimento de embalagens e superfícies.
“Acreditamos que o polímero à base desse composto tem grande potencial para ser usado como filme bioprotetor de frutas e leguminosas e até para produção de embalagens para alimentos”, disse o pesquisador.

Fonte: eCycle, Biofilme pode aumentar o prazo de validade do ovo. Disponíveis em: https://www.ecycle.com.br/component/content/article/37-tecnologia-a-favor/7786-biofilme-pode-dobrar-prazo-de-validade-do-ovo.html