domingo, 11 de novembro de 2018

Infecção por Entamoeba histolytica

  Entamoeba histolytica é o protozoário responsável pela amebíase, uma doença grave no Homem. Este parasita é endêmico em zonas com climas quentes em que as condições de saneamento e de higiene pessoal são precárias. É considerada a principal causa de morte por infecção parasitária.


 Características de Entamoeba
 Esse protozoário, habitante do intestino grosso humano, pertence ao sub-filo Sarcodina, tendo forma amebóide e locomovendo-se através de pseudópodos. Várias amibas (Entamoeba histolytica, E. coli, E. hatmanni, Endolimax nanaIodamoeba butschlii e Dientamoeba fragilis) podem colonizar o cego e o cólon humano, no entanto apenas E. histolytica é patogénica para o Homem.

 Biologia do parasito
 Seu ciclo evolutivo é monoxênico, ou seja, a Entamoeba histolytica completa seu ciclo em apenas um hospedeiro, e o modo de infecção é fecal-oral, ou seja, o homem se infecta ao ingerir cistos presentes na água ou nos alimentos contaminados. O desencistamento ocorre na porção final do intestino delgado, liberando os trofozoítos que passam a viver como comensais e a reproduzir-se por divisão binária. Os trofozoítos tornam-se patogênicos e invadem a parede intestinal, alimentando-se de células da mucosa e de hemácias. Em casos de infecção crônica podem invadir outros órgãos através da circulação sanguínea, especialmente ao fígado.
 Os trofozoítos que permanecem no intestino sob a forma comensal reduzem o seu metabolismo, armazenam reservas energéticas e secretam uma parede cística ao seu redor, formando os cistos, que são eliminados através das fezes. Dentro do cisto o parasito realiza divisão binária formando quatro novos indivíduos que desencistam quando chegam ao intestino de um novo hospedeiro. Os cistos podem permanecer viáveis fora do hospedeiro por cerca de 20 dias, caso as condições de temperatura e umidade não sejam adequadas, logo eles são as formas de resistência do parasito no ambiente. 

 Transmissão de Entamoeba
 A transmissão da infecção ocorre geralmente, por via fecal-oral, pela ingestão de água ou de alimentos contaminados por cistos de Entamoeba.

 Alimentos em que a presença de Entamoeba é mais frequente
 A amebiose é transmitida por contaminação fecal-oral essencialmente pelo consumo de água e de alimentos crus (frutos e vegetais) contaminados com cistos de Entamoeba.

 Principais sintomas de infecção por Entamoeba 
 Os sintomas surgem após um período de incubação que pode durar entre 2, 3 dias até 1 a 4 semanas. Os sintomas são muito variados, podendo incluir diarreia, dores abdominais, apendicite e abcessos no fígado, pulmões ou cérebro. No tratamento da amebiose intestinal, o metronidazol ou o iodoquinol são as drogas de eleição. 

 Grupos de risco
 Pode-se infectar todas as pessoas embora a evolução e as consequências da infecção sejam mais graves em  indivíduos imunodeprimidos. Os pacientes infectados por HIV são extremamente sensíveis.

 Diagnóstico da doença e tratamento
 Os casos humanos são diagnosticados através do achado de cistos eliminados com as fezes; vários procedimentos de flutuação ou sedimentação foram desenvolvidos para recuperar os cistos da matéria fecal; lâminas coradas (incluindo anticorpo fluorescente) ajudam visualizar os cistos isolados no exame microscópico. Recomenda-se coletar pelo menos 3 amostras de fezes para o diagnóstico desse parasita. Em infecções pesadas, a forma móvel do parasita (o trofozoíta) pode ser visto em fezes frescas. Os testes sorológicos existem para infecções a longo prazo. É importante distinguir o cisto do E. histolytica dos cistos de outros protozoários intestinais não patogênicos através de sua morfologia. No tratamento da amebiose intestinal, o metronidazol ou o iodoquinol são as drogas de eleição. Para as doenças severas com complicações como abcessos, poderão exigir procedimentos cirúrgicos.

 Prevenção da contaminação
 Para o seu controlo na cadeia alimentar é necessário garantir práticas de higiene rigorosas na manipulação de alimentos, minimizar a disseminação de cistos ao nível da produção primária e no tratamento dos resíduos humanos.
 É ainda importante evitar o consumo de água (ou de gelo) não tratada e de alimentos crus potencialmente contaminados em zonas endêmicas. Em água, os cistos são destruídos pela adição de cloro ou de iodo.



 Referências:





http://www.waterpathogens.org/book/entamoeba-histolytica

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