quinta-feira, 18 de março de 2021

Doença da urina preta e o consumo de arabaiana

Uma condição raríssima conhecida como síndrome de Haff ou doença da urina preta, tirou a vida de uma jovem de 31 anos em Pernambuco, o caso ocorreu após consumo de um peixe conhecido como arabaina.


Síndrome de Haff ou doença da urina preta: causas, sintomas, diagnóstico e tratamento.



A síndrome de Haff é uma doença rara que ocorre de forma repentina, suas causas, no entanto, ainda são discutidas, acredita-se que o surgimento desta síndrome se deva a alguma toxina biológica que está presente em crustáceos e peixes de água doce.

Os sintomas começam a aparecer em um período entre 2 e 24 horas após o consumo dos peixes ou crustáceos, mesmo que bem preparados e cozidos, pois a toxina é termoestável, não sendo destruída pelo cozimento ou fritura, além disso a toxina não altera o sabor, cor e odor do alimento, facilitando que os peixes ou crustáceos sejam consumidos sem nem ao menos suspeitar que estes estejam contaminados.

Os sintomas da síndrome de Haff estão ligados à destruição das células musculares, os principais sintomas são:

Dor e rigidez muscular, que ocorre de forma repentina e muito forte;

Urina de coloração escura, variando de marrom a preta, sendo semelhante à cor do café;

Dormência e perda da força;

Na presença destes sintomas, principalmente do escurecimento da urina é necessário procurar um clínico geral, para que sejam avaliados os sintomas e sejam solicitados exames para a confirmação do diagnóstico.

Os principais exames solicitados em casos de suspeita de síndrome de Haff, são as dosagens de TGO, prova de função renal e dosagem da enzima creatinofosfoquinase que é uma enzima altamente presente no tecido muscular, e que apresentam alterações em seus níveis quando existem alterações no tecido muscular, desta forma, na síndrome de Haff, os níveis de Creatinofosfoquinase estão extremamente aumentados frente ao que é considerado normal, possibilitando o diagnóstico da doença.

É importante que o tratamento seja realizado logo no primeiro momento em que os sintomas aparecerem, pois assim é possível evitar a progressão da doença e o surgimento de possíveis complicações.

O recomendado é que a pessoa se mantenha bem hidratada nas 48 e 72 horas seguinte ao aparecimento dos sintomas, pois assim a concentração da toxina será diminuída no sangue e sua eliminação na urina será favorecida, além disso, pode ser recomendado o uso de analgésicos para alivio da dor e desconforto, além do uso de diuréticos para facilitar a excreção da toxina do organismo.

As complicações mais comuns associadas a síndrome de Haff surgem quando o tratamento não é feito de forma adequada, dentre as complicações estão:

Insuficiência renal e síndrome compartimental, que ocorre quando a aumento da pressão arterial numa região específica do corpo, o que coloca em risco os músculos e nervos dessa região.


Qual a relação entre a síndrome de Haff e o consumo de arabaina

As causas dessa síndrome não são totalmente conhecidas, porém, acredita-se que estejam ligados ao consumo de peixes de água doce como, arabaiana, tambaqui, Pacu-Manteiga e Pirapitinga, além de alguns crustáceos, que estejam contaminados com uma toxina biológica, que como característica principal, apresenta estabilidade frente ao calor, não sendo destruída pelo processo de cozimento ou fritura, outro ponto importante é que não tem como saber quando o alimento esta contaminado por essa toxina, pois ela não altera nenhuma das características organolépticas do peixe ou crustáceo, mantendo cor, odor e sabor normais.

 

Referências bibliográficas

https://www.tuasaude.com/doenca-de-haff

https://olhardigital.com.br/2021/03/02/medicina-e-saude/sindrome-de-haff-entenda-a-doenca-da-urina-preta-que-causou-uma-morte-em-pernambuco/

https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2021/03/03/doenca-da-urina-preta-mulher-com-sindrome-de-haff-apos-comer-peixe-morre-depois-de-13-dias-em-hospital.ghtml


Nenhum comentário:

Postar um comentário