sábado, 20 de junho de 2020

Materiais de superfícies que eliminam microrganismos


Atualmente cada vez mais espécies de microrganismos se tornam resistentes a medicamentos, e mais pessoas são acometidas por doenças provocadas por esses microrganismos resistentes, além de haver também o aparecimento de microrganismos novos até então desconhecidos. Então a necessidade de se evitar o contato com esses seres se torna cada vez mais urgente, tentando-se parar infecções antes mesmo delas chegarem ao corpo.

Uma das maneiras de se conseguir isso é pelo uso de objetos e estruturas feitas a partir de materiais que diminuem o tempo de vida dos microrganismos em ambientes externos a hospedeiros, reduzindo o tempo de risco de exposição. É questão de usar as superfícies que os patógenos usam para se espalhar de pessoa para pessoa como armas contra eles mesmos. Seriam usadas principalmente em locais como hospitais e restaurantes.

Por exemplo, algumas bactérias conseguem sobreviver por meses sobre certos materiais (como a E. coli), e alguns fungos por semanas. O coronavírus Sars-CoV-2 consegue ficar até 24 horas em papelão, enquanto fica ativo até por três dias no plástico e aço inoxidável.

Esses materiais seriam usados então em objetos e estruturas como: maçanetas e puxadores, chaves, botões de descarga e vasos em banheiros, talheres e pratos, torneiras, botões de elevador, objetos cirúrgicos, entre outros. Dá-se prioridade às superfícies que são muito tocadas por humanos no dia-a-dia, e não é necessário construir esses objetos e estruturas a partir desses materiais, já que há a possibilidade de cobri-los com os materiais em forma líquida, como se fossem tinta.

As propriedades dos materiais que fazem com que os microrganismos morram mais cedo são:

  1. a topografia da superfície, pois certas características fazem com que a superfície suporte menos microrganismos e seja mais fácil de se limpar;
  2. a existência de agentes antimicrobianos no material, que podem ser já intrínsecos à superfície ou serem liberados aos poucos;
  3. e o auto-polimento e auto-limpeza, onde ou o material vai se descamando aos poucos sozinho, soltando consigo os organismos ali hospedados, ou possui alguma propriedade para não ficar sujo, como a hidrofobia.

Advogada tosse em maçaneta de vizinhas para "largarem de ser ...
Pode-se reduzir o risco de transmissão usando materiais
antimicrobianos em peças frequentemente tocadas.

O material que fica mais em destaque nesse aspecto é o cobre. Existem ambas propriedades antivirais e antibacterianas nos íons que constituem o cobre, conseguindo matar até 99.9% das bactérias dentro de duas horas. Ele faz com que o tempo de vida do patógeno causador da Covid-19 seja de no máximo quatro horas. Já é um material usado há milênios para evitar infecções, por mais que o conhecimento dos microrganismos não seja tão de longa data. Os problemas do uso do cobre são seu custo e a facilidade de corrosão na limpeza. Para isso, o uso de ligas metálicas com o elemento pode ser uma solução, além de usá-las preferencialmente em locais bastante tocados.

Um material menos efetivo é a prata, que necessita de umidade para ativar suas propriedades antimicrobianas.
Também existe o titânio e as ligas de titânio, que podem passar por gravura por água-forte que cria pontas e bordas afiadas que cortam a membrana dos patógenos, e podem ser expostos a luz UV, liberando espécies reativas de oxigênio inibidoras de micróbios.

Outros materiais conhecidos são as folhas de grafeno, os que possuem texturas de zigzag complexas, cortiça, e óleos essenciais que podem ser jogados por spray em superfícies.


Referências:

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