A Yersinia enterocolitica é uma bactéria Gram-negativa
pertencente à família Enterobacteriaceae.
As células têm a forma de bastonetes (bacilos) e exibem mobilidade por flagelos
quando crescem a temperaturas inferiores a 30ºC. É uma espécie heterogênea,
encontrando-se dividida em vários subgrupos estabelecidos de acordo com suas
características bioquímicas e com os seus sorotipos. Elas causam a yersiniose,
nome atribuído a uma gastroenterite veiculada por alimentos que se caracteriza
por diarreia aguda e febre, dor abdominal, linfadenite mesentérica aguda
simulando apendicite, com complicações em alguns casos como eritema nodoso, artrite
pós-infecciosa e infecção sistêmica. É uma doença de distribuição mundial, mas
ainda pouco frequente, ocorrendo principalmente em países do norte da Europa,
Estados Unidos, Escandinávia e Japão. No Brasil ainda não há dados.
Período de incubação
O período de incubação geralmente varia de 3 a 7 dias, podendo
chegar até 10 dias e acomete principalmente crianças, indivíduos debilitados ou
imunodeprimidos e idosos.
Fatores de crescimento
Alguns fatores são importantes para o crescimento desse
microrganismo tais como temperatura
(crescem em temperaturas que vão de 0ºC a 44ºC, com uma temperatura ótima de
crescimento entre 25ºC e 37ºC e conseguem permanecer ativas em alimentos
congelados), pH (conseguem crescer
em ambientes com valores de pH entre 4,2 e 9,6 e apresenta uma taxa específica
de crescimento máxima em ambientes com valores de pH entre 7,0 e 8,0), relação com oxigênio (são anaeróbias facultativas), radiação (são sensíveis à radiação gama) e atmosfera envolvente (seu crescimento é dificultado pela presença
de CO2. Em embalagem a vácuo, o crescimento é mais lento, mas não é
inibido).
Fontes de contaminação
Y. enterocolitica tem sido isolado de vários animais (cães, gatos, roedores, aves,
etc.), alimentos e água. Os porcos são considerados o principal reservatório de
sorotipos patogênicos para o homem. Pode ocorrer transmissão por via fecal-oral
embora seja pouco frequente. Foi isolada também de leite cru, produtos lácticos
processados, carnes cruas ou pouco processadas, vegetais frescos e água não
clorada.
Diagnóstico
Como as gastroenterites podem ser decorrentes de diferentes
agentes infecciosos, o diagnóstico depende do isolamento do microrganismo em
exame de cultura de fezes ou em outros materiais biológicos (vômitos, sangue ou
apêndice). Podem ser feitos também testes sorológicos, contudo, a análise
minuciosa dos sintomas e da história do indivíduo é fundamental, já que podem
ser confundidas com outras condições gastrointestinais.
Tratamento
Na maioria dos casos o tratamento pode se resumir a medidas de
hidratação do paciente por via oral ou endovenosa de acordo com o quadro de
sintomas. Podem ser utilizados antibióticos em casos mais graves, especialmente
na presença de outras doenças e nas situações em que há septicemia. Elas são
sensíveis a antimicrobianos como aminoglicosídeos, tetraciclinas e
ciprofloxaxino. Em pacientes imunodeprimidos são administrados doxiciclina ou
trimetoprim/sulfametoxazol.
Medidas de prevenção e controle
Dentre as medidas de prevenção a mais eficiente é não consumir
alimentos de procedência duvidosa e carnes cruas ou malcozidas, principalmente
de suínos. Da mesma forma deve-se evitar a ingestão de água não tratada e de
leite não pasteurizado e seus derivados. É válido lembrar da importância de
notificação de casos para que haja investigação das fontes comuns e o controle
da transmissão através de medidas preventivas, medidas educativas e outras.
Referência:
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