terça-feira, 7 de maio de 2019

Infecção por Yersinia enterocolitica

                                        (Microscopia óptica de células de Yersinia enterocolitica após coloração de Gram)  




A Yersinia enterocolitica é uma bactéria Gram-negativa pertencente à família Enterobacteriaceae. As células têm a forma de bastonetes (bacilos) e exibem mobilidade por flagelos quando crescem a temperaturas inferiores a 30ºC. É uma espécie heterogênea, encontrando-se dividida em vários subgrupos estabelecidos de acordo com suas características bioquímicas e com os seus sorotipos. Elas causam a yersiniose, nome atribuído a uma gastroenterite veiculada por alimentos que se caracteriza por diarreia aguda e febre, dor abdominal, linfadenite mesentérica aguda simulando apendicite, com complicações em alguns casos como eritema nodoso, artrite pós-infecciosa e infecção sistêmica. É uma doença de distribuição mundial, mas ainda pouco frequente, ocorrendo principalmente em países do norte da Europa, Estados Unidos, Escandinávia e Japão. No Brasil ainda não há dados.

Período de incubação

O período de incubação geralmente varia de 3 a 7 dias, podendo chegar até 10 dias e acomete principalmente crianças, indivíduos debilitados ou imunodeprimidos e idosos.    

Fatores de crescimento

Alguns fatores são importantes para o crescimento desse microrganismo tais como temperatura (crescem em temperaturas que vão de 0ºC a 44ºC, com uma temperatura ótima de crescimento entre 25ºC e 37ºC e conseguem permanecer ativas em alimentos congelados), pH (conseguem crescer em ambientes com valores de pH entre 4,2 e 9,6 e apresenta uma taxa específica de crescimento máxima em ambientes com valores de pH entre 7,0 e 8,0), relação com oxigênio (são anaeróbias facultativas), radiação (são sensíveis à radiação gama) e atmosfera envolvente (seu crescimento é dificultado pela presença de CO2. Em embalagem a vácuo, o crescimento é mais lento, mas não é inibido).

Fontes de contaminação

Y. enterocolitica tem sido isolado de vários animais (cães, gatos, roedores, aves, etc.), alimentos e água. Os porcos são considerados o principal reservatório de sorotipos patogênicos para o homem. Pode ocorrer transmissão por via fecal-oral embora seja pouco frequente. Foi isolada também de leite cru, produtos lácticos processados, carnes cruas ou pouco processadas, vegetais frescos e água não clorada.

Diagnóstico

Como as gastroenterites podem ser decorrentes de diferentes agentes infecciosos, o diagnóstico depende do isolamento do microrganismo em exame de cultura de fezes ou em outros materiais biológicos (vômitos, sangue ou apêndice). Podem ser feitos também testes sorológicos, contudo, a análise minuciosa dos sintomas e da história do indivíduo é fundamental, já que podem ser confundidas com outras condições gastrointestinais.

Tratamento

Na maioria dos casos o tratamento pode se resumir a medidas de hidratação do paciente por via oral ou endovenosa de acordo com o quadro de sintomas. Podem ser utilizados antibióticos em casos mais graves, especialmente na presença de outras doenças e nas situações em que há septicemia. Elas são sensíveis a antimicrobianos como aminoglicosídeos, tetraciclinas e ciprofloxaxino. Em pacientes imunodeprimidos são administrados doxiciclina ou trimetoprim/sulfametoxazol.

Medidas de prevenção e controle

Dentre as medidas de prevenção a mais eficiente é não consumir alimentos de procedência duvidosa e carnes cruas ou malcozidas, principalmente de suínos. Da mesma forma deve-se evitar a ingestão de água não tratada e de leite não pasteurizado e seus derivados. É válido lembrar da importância de notificação de casos para que haja investigação das fontes comuns e o controle da transmissão através de medidas preventivas, medidas educativas e outras.

Referência:

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