terça-feira, 2 de abril de 2019

Infecção Alimentar causada por Escherichia coli enteroinvasiva



                                                (Microscopia óptica de células de Escherichia coli após coloração de Gram)                                       

A bactéria Escherichia coli também tem forma de bacilo, é Gram-negativa, não-esporulada, anaeróbia facultativa e fermentadora de açúcares. Existem muitas estirpes de E. coli, desde formas comensais até formas patogênicas. O intestino da maioria dos animais de “sangue quente”, inclusive o homem, é colonizado por formas comensais de E. coli. Basicamente, existem quatro formas de E. coli que causam doenças gastrointestinais: enteropatogénica, enterotoxigénica, enterohemorrágica e a enteroinvasiva que será explicada em seguida.
     
 Escherichia coli enteroinvasiva

Descrição da doença – é uma doença inflamatória da mucosa intestinal e da submucosa causada por cepas EIEC (E. coli Entero Invasiva) com um quadro de diarréia líquida, dor abdominal severa, vômitos, tenesmo, cefaléia, febre, calafrios e mal-estar generalizado, semelhante ao produzido pela Shigella. Em seguida à ingestão da EIEC, os microrganismos invadem as células epiteliais do intestino, resultando em forma de disenteria leve, geralmente confundida com a causada por espécies de Shigella.

Agente etiológico - a E.coli faz parte da flora intestinal normal dos homens e outros primatas, sendo que uma minoria das suas cepas causa doenças por vários mecanismos diferentes. Entre essas, estão as cepas enteroinvasivas (EIEC), sendo os principais sorogrupos O28ac, O29, O112, O124, O136, O143, O144, O152, O164 e O167.

Período de incubação - a disenteria causada por EIEC geralmente ocorre em períodos curtos, entre 10 e 18 horas após a ingestão do alimento contaminado. A disenteria causada por esta bactéria é normalmente auto-limitante sem complicações. Contudo, uma seqüela comum associada a essa infecção, especialmente em crianças, é a síndrome hemolítica urêmica (SHU).

Reservatório - os seres humanos são o reservatório comum da doença.

Diagnóstico e tratamento - é necessário demonstrar a presença da bactéria em cultura de fezes de indivíduos infectados .Nos casos de diarréia extremamente severa utilizam-se os mesmos antimicrobianos que os para a Shigella.

Modo de transmissão - há evidências de que a transmissão é feita através de alimentos contaminados. Os alimentos que, normalmente, podem abrigar a EIEC são desconhecidos, mas qualquer alimento contaminado com fezes humanas de indivíduo doente, seja diretamente ou via água contaminada, pode causar doença em outras pessoas. Carnes mal cozidas, legumes, frutas,  leite não pasteurizado têm sido associados a surtos por EIEC.

Suscetibilidade e resistência - todas as pessoas estão sujeitas a essa infecção.

Medidas preventivas:
●Educação da população quanto às boas práticas de higiene pessoal com especial ênfase na lavagem rigorosa das mãos após o uso do banheiro;
● Lavar bem as frutas e verduras antes de consumi-las;
● Evite comer carnes mal passadas;
● Não consuma leites ou sucos em caixa que estejam fora da geladeira há muito tempo após abertos;
● Lave bem os talheres que foram usados para cortar alimentos crus para evitar a contaminação cruzada;
● Medidas de saneamento básico - sistema de água tratada e esgoto são essenciais para a redução das diarréias;


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