segunda-feira, 25 de maio de 2020

É possivel imunizar-se contra o COVID-19 por meio de alimentos?


  A relação entre a saúde e alimentação não é recente, antes mesmo de Cristo, o filósofo Hipócrates já dizia “Que teu alimento seja teu remédio e que teu remédio seja teu alimento”, com bases em observações primitivas da época já se podia observar a importância da nutrição para a manutenção do estado normal do organismo, em outras palavras a saúde propriamente dita. 
  Dessa forma com o avanço da ciência podemos observar devidamente o papel da alimentação como um componente coordenado para a regulação de importantes fatores relativos à integridade do organismo, especialmente a partir de sua relação com o sistema imune. 

  O sistema imunológico é constituído de células, tecidos, órgãos e moléculas que os humanos e outros seres vivos utilizam para a eliminar de agentes ou moléculas estranhas, inclusive o câncer, com a finalidade de se manter a homeostasia do organismo. 
  Para a funcionalidade de tal sistema é necessária a ingestão de diversos nutrientes que devem estar presentes na dieta, entre eles podemos citar o ferro (facilmente encontrado em carnes e grãos, importante tanto na imunidade adaptativa quanto na inata), zinco (encontrado em carnes, frutos do mar e laticínios, atua na facilitação da produção de citocinas), vitamina A (presente em frutas, verduras e legumes caratenóides, além de carnes e derivados do leite), vitamina D (óleos de peixes e gema de ovo), Vitamina E (óleos vegetais, germe de trigo, soja e milho) e por fim a famosa vitamina C (frutas e hortaliças, atividade antioxidante).  

  Novos estudos em relação ao COVID-19, realizado entre províncias de características opostas quanto ao consumo de selênio na China, estão relacionando o consumo de selênio a uma menor virulência do vírus. 
  Há ainda outros fatores relacionados a imunidade como a microbiota intestinal que atua como importante estimulador, comprovado por meio de pesquisas que indivíduos com distúrbios gastrointestinais estão mais propensos ao desenvolvimento de infecções. 
  Trazendo para a realidade atual em que vivemos em uma pandemia, é vital desmistificar algumas questões a esse respeito, é importante sim, que se haja a manutenção de um sistema imune equilibrado de modo a facilitar o combate aos corpos estranhos e colaborar para uma resposta efetiva, porém ter um sistema imune fortalecido não te torna imune (resistente) ao vírus em questão, não há nenhum, até o momento, alimento que propicie a cura ou tratamento de forma milagrosa, as melhores formas de prevenção ainda são a lavagem de mãos, manter uma distância segura de pessoas espirrando ou tossindo, evitar tocar o rosto, e se possível ficar em casa. 


  
Referências 
MATHIS & SHOELSON. Immunometabolisman emerging frontierNat Rev Immunol. 2011. February; 11(2): 81. 
SARNI, R. O. S.; SOUZA, S.I.S.; COCCO, R. et al. Micronutrientes e sistema imunológico. Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia, v. 33, n. 1, p. 8-13, 2010 
BIASEBETTI, M.B.C; RODRIGUES,I. D ;MAZUR, C.E.RELAÇÃO DO CONSUMO DE VITAMINAS E MINERAIS COM O SISTEMA IMUNITÁRIO: UMA BREVE REVISÃO. Visão Acadêmica, Curitiba, v.19, n.1, Jan. - Mar./2018. 
ABBAS, A. K. ; LICHTMAN, A. H. ; PILLAI, S. Imunologia celular e molecular. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 
Palestra “Minha alimentação me torna imune ao COVID-19?" realizada em COICTA pela Prof.Dra. Edira Castello Branco De Andrade Gonçalves. 
ZHANG, J.; TAYLOR, E. W.; BANNET, K. et al. Association between regional selenium status and reported outcome of COVID-19 cases in China. The American Journal of Clinical Nutrition, n.095, April/2020. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário