Doenças transmitidas por alimentos, mais
comumente conhecidas como DTA, são causadas pela ingestão de alimentos ou
bebidas contaminados. Existem mais de 250 tipos de DTA e a maioria são infecções
causadas por bactérias e suas toxinas, vírus e parasitas.
Outras doenças são envenenamentos causados por
toxinas naturais (ex. cogumelos venenosos, toxinas de algas e peixes) ou por
produtos químicos prejudiciais que contaminaram o alimento (ex. chumbo,
agrotóxicos).
Surto de DTA é o episódio em que duas ou mais
pessoas apresentam doença semelhante após ingerirem alimentos e/ou água da
mesma origem. Para doenças raras, apenas um caso já é considerado como surto.
As DTA são uma importante causa de morbidade e
mortalidade em todo o mundo. Em muitos países, durante as últimas duas décadas,
tem emergido como um crescente problema econômico e de saúde pública. Numerosos
surtos de DTA atraem atenção da mídia e aumento do interesse dos consumidores.
Espera-se que o problema aumente no século 21,
especialmente com as várias mudanças globais que influenciam a segurança
alimentar internacional: crescimento da população, facilidade de deslocamento,
exportação de alimentos, rações animais, condições sócio, econômicas e
sanitárias das comunidades.
Distribuição no Brasil e no mundo
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que,
a cada ano, mais de dois milhões de pessoas morram por doenças diarreicas,
muitas das quais adquiriram ao ingerir alimentos contaminados.
Estima-se que as DTA causem, anualmente, nos
Estados Unidos (EUA), aproximadamente 76 milhões de casos, 325.000
hospitalizações e 5 mil mortes.
No Brasil, faz-se a vigilância epidemiológica de
surtos de DTA e não de casos individuais, com exceção da cólera, febre tifoide
e botulismo. Essa vigilância (VE-DTA) teve início em 1999 e há registro médio
de 665 surtos por ano, com 13 mil doentes.
Dicas para viajantes/turistas
De acordo com estimativa da Embratur, a Copa do
Mundo deverá gerar um fluxo de 3,6 milhões de turistas, número equivalente à
metade do total de visitantes nacionais e estrangeiros que deverão circular
pelo país em 2014, segundo estimativas do Ministério do Turismo.
Uma das maiores preocupações que afeta o
turismo está relacionada com a inocuidade dos alimentos.
A expansão das atividades turísticas em lugares
não tradicionais leva à instalação de estabelecimentos produtores de alimentos
não permanentes e às vezes precários, com a venda de produtos denominados
artesanais ou da fazenda que não são inspecionados pela vigilância sanitária.
A qualidade dos alimentos e água, os hábitos
alimentares, a seleção dos locais onde são consumidos, os procedimentos de
manipulação e conservação e a própria higiene pessoal são fatores de risco de
importância para a ocorrência de doenças transmitidas por alimentos.
Entre
várias infecções e intoxicações, é comum que os turistas tenham diarreia,
conhecida como “diarreia dos viajantes”, e a mesma é consequência da ingestão
de alimentos ou bebidas em más condições sanitárias.
Sugestões aos turistas
As recomendações que seguem são de aplicação
geral, tanto para os alimentos comprados de vendedores de rua em postos fixos
ou ambulantes, como também para os hotéis ou restaurantes bem conceituados:
• Lave as mãos regularmente:
- antes, durante e após a preparação dos
alimentos;
- ao manusear objetos sujos;
- depois de tocar em animais;
- depois de ir ao banheiro ou após a troca de
fraldas;
- antes da amamentação;
- entre outras situações.
• Assegure-se que o alimento servido esteja bem
cozido e quente (acima de 60ºC);
• Selecione alimentos frescos com boa aparência,
e antes do consumo os mesmos devem ser lavados e desinfetados;
• Não coma alimentos crus, com exceção das frutas
e verduras que podem ser descascadas, cujas cascas estejam íntegras;
• Para desinfecção, os alimentos crus como
frutas, legumes e verduras devem ser mergulhados durante 30 minutos em uma
solução preparada com 1 colher de sopa (10mL) de hipoclorito de sódio a 2,5%
para cada litro de água tratada;
• Lave e desinfete todas as superfícies,
utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos;
• Alimentos prontos que serão consumidos
posteriormente devem ser armazenados sob refrigeração (abaixo de 5°C) e
aquecidos no momento do consumo (centro do produto 70°C);
• Não coma alimentos que tenham estado em
temperatura ambiente por mais de duas horas, isso representa um dos maiores
riscos de ter uma DTA;
• Reaquecer bem os alimentos que tenham sido
congelados ou refrigerados antes de consumi-los;
• Compre alimentos seguros verificando prazo de
validade, acondicionamento e suas condições físicas (aparência, consistência,
odor). Não compre alimentos sem etiqueta que identifique o produtor;
• Os pescados e mariscos de certas espécies, e em
alguns países em particular, podem estar contaminados com toxinas que
permanecem ativas, apesar de uma boa cocção. Solicite orientação aos moradores
do lugar;
• Consumir leite pasteurizado, esterilizado (UHT)
ou fervido. Não beba leite crus nem cosuma queijo, manteiga ou iogurte obtidos
a partir do leite cru;
• Sorvetes de procedência duvidosa são de risco.
Evite-os!
• Evite preparações culinárias que contém ovos
crus (Ex. gemada, ovo frito mole, maionese caseira);
• Evitar o consumo de alimentos crus, mal cozidos/assados
(saladas, carnes, dentre outros);
• Evitar o contato entre alimentos crus e
cozidos;
•Evitar comidas vendidas por ambulantes;
• Manter os alimentos fora do alcance de insetos,
roedores e outros animais;
• Não tomar banho/nadar em rios, lagos, piscinas
com água contaminada; evitar praias poluídas;
• Beber água e/ou gelo apenas de procedência
conhecida;
• Quando estiver em dúvida quanto ao tratamento
adequado (potável) da água de beber, ferva ou trate a água com produtos
específicos para desinfecção da água;
• A água também pode ser tratada com solução de
hipoclorito de sódio a 2,5%. Coloque 2 gotas em 1 litro de água e aguarde por
30 minutos antes de consumir.
Fonte
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