Com o aumento populacional mundial, há também o aumento da demanda de alimentos e matérias-primas; mediante isso há um estímulo na elaboração de tecnologias ativas na parte do agronegócio. Contudo essa tecnologia ainda não é o suficiente para a eliminação de pragas, sendo necessário o uso de pesticidas, aumentando assim cada vez mais o uso de agroquímicos.
Fonte: Google Imagens |
O conceito parte de uma simples premissa: misturar o alimento a ser analisado em uma solução que contém sonda fluorescente. Após isso, se a solução apresentar emissão de luz em uma certa intensidade, significa que o alimento em questão encontra-se contaminado com agrotóxicos. Além de, ser capaz de reconhecer qual o pesticida se apresenta na amostra, através da análise da luz emitida, ou seja, de acordo com a intensidade apresentada atribui-se a um elemento diferente.
Fonte: Portal da Universidade Federal do Ceará
O trabalho é realizado por pontos quânticos de carbono (CQDs) para identificar as proteínas. Sendo os mesmos nanopartículas, ou seja, partículas cuja ordem de grandeza é nove vezes menor que o metro, que demonstram ótimas propriedades de biocompatibilidade e domínio de emissão de luz.
Na pesquisa utilizou-se para testes, alimentos determinados por meio de relatórios da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), sendo, arroz, cenoura, pimentão e laranja, considerados os que apresentam maior possibilidade de possuir os pesticidas estudados, visto que eles têm o uso permitido até determinada concentração.
De acordo com o Prof Rafael Melo Freire, parceiro na pesquisa pela Universidad Autónoma de Chile e pesquisador do Centro para el Desarrollo de la Nanociencia y Nanotecnología (CEDENNA), “ o método proposto compreende de um conjunto de sinais ópticos que possibilita fazer a detecção de todo e qualquer pesticida naquele alimento. Podendo interpretar esses sinais como uma impressão digital única para cada um dos pesticidas utilizados, fazendo após a análise o registro no banco de dados para cada pesticida.”
O método desenvolvido pela UFC possui o diferencial de ser bem mais fácil e barato que outras soluções já existentes no mercado e, diferente das soluções já utilizadas, essa não necessita da presença de um analista para elucidar os resultados. Na forma como o trabalho se encontra atualmente, presume-se que há dois públicos-alvos para o produto, as agências reguladoras, que são capazes de utilizar o mesmo para a inspeção da quantidade de pesticidas nos alimentos comercializados e os grandes compradores, que obtém grandes quantidades de alimentos para revender em postos de abastecimento. Isso ocorre pois até o momento para a realização da técnica é necessário o uso de equipamentos laboratoriais.
A pesquisa ainda está em andamento tendo como objetivo elaborar um produto que não precise de equipamentos laboratoriais. Segundo o Prof. Pierre Fechine “ O intuito é criar um dispositivo de fácil uso, que mesmo os pequenos produtores rurais ou até mesmo os consumidores finais possam operar e identificar pesticidas nos alimentos.” E esse próximo passo da pesquisa consiste na fabricação de um tipo de sensor que possibilitará a identificação de pesticidas em amostras de alimentos, de forma fácil, revolucionária e barata.
Fonte: Agência UFC |
O sensor já está em fase de elaboração por meio de kits de identificação, que apresentariam todos os materiais necessários para a detecção e um equipamento para a identificação óptica para analisar a alteração de intensidade da luz apresentada. Avaliam também a viabilidade de observar além da presença de praguicidas a sua quantidade nos alimentos.
REFERÊNCIAS
EMBRAPA - Pesticidas e seus impactos no ambiente
Agência UFC - UFC cria tecnologia mais rápida e barata de identificação de pesticidas em alimentos
Nenhum comentário:
Postar um comentário