A microencapsulação é uma técnica relativamente recente e trata-se de um processo físico-químico de empacotamento de amostras sólidas, líquidas ou gasosas, que paralisa e preserva os microrganismos em um material encapsulante, formando partículas com diâmetro pequeno, de nanômetros a poucos milímetros, que são capazes de manter sua estrutura mesmo sob as condições adversas do meio, sendo dissolvidas e liberando o material encapsulado no sítio de ação adequado para exercer a função desejada.
É utilizada como meio eficaz de criar alimentos que não sejam
apenas uma fonte de nutrientes com apelo sensorial, mas também uma fonte de
bem-estar e saúde para os indivíduos. Dentro da indústria alimentícia, essa técnica tem solucionado
limitações no emprego de ingredientes, visto que pode suprimir ou atenuar
flavors indesejáveis, reduzir a volatilidade e a reatividade e aumentar a
estabilidade destes em condições ambientais adversas, como na presença de luz,
oxigênio e pH extremos.
Onde a substância encapsulada pode ser chamada de material de
núcleo, agente ativo, material de preenchimento, fase interna ou fase de carga.
O material utilizado para encapsular os alimentos pode ser nomeado como
revestimento, cobertura, membrana, casca, material de parede, fase externa ou
matriz, normalmente descrito como material polimérico.
Tendo como a parte mais crítica do processo a escolha do
material encapsulante, sendo um dos fatores que influenciam na estabilidade do
mesmo, sendo os fatores desejáveis: material seja de fácil dissolução, solúvel
em água, sabor suave, baixo custo, boa capacidade de emulsificação,
propriedades de estabilização das gotas, solução de baixa viscosidade em alta
quantidade de sólidos dissolvidos, excelente formador de filme e de fácil
secagem, baixa
higroscopicidade. Nenhum material possui todas estas propriedades, por isso são
utilizadas blendas de matérias com o objetivo de aumentar a eficiência da
encapsulação.
Alguns encapsulantes aprovados para utilização na indústria
alimentícia para produção de microcápsulas incluem ácidos graxos, alginatos, amidos, carragenas,
caseinatos, celulose, ceras comestíveis, dextrinas, gelatina, goma xantana,
gorduras, lipídios, pectinas, polietilenoglicol e quitosana.
Algumas
das técnicas que são utilizadas nesse processo são spray drying, spray cooling, coacervação, extrusão, extrusão
centrífuga, recobrimento em leito fluidizado, lipossomas e complexação por
inclusão. A diferença existente entre os métodos está no tipo de envolvimento
ou aprisionamento do material ativo pelo agente encapsulante, visto que a
combinação entre o material e o agente ativo pode ser de natureza física,
química ou físico-química.
Para
curiosidade, iremos abordar uma técnica para o conhecimento: Na técnica de spray drying o material que irá ser
encapsulado é misturado a uma solução do composto que constitui o material
encapsulante, originando uma emulsão. Ao ser atomizado dentro do secador,
ocorre a evaporação do líquido da solução do agente encapsulante com a formação
da membrana ao redor das gotas do material ativo.
Sendo assim, a tecnologia de encapsulação está em constante
evolução e possui variadas aplicações, tanto na indústria de alimentos, como em
indústrias farmacêuticas, cosméticos, agrotóxicos, tintas, entre outras. E é de
competência às indústrias e pesquisadores se manterem atualizados tanto na
questão de novos materiais, como também nas técnicas empregadas, que transformam
as mais inusitadas ideias em produtos de alto valor agregado, que chegam à mesa
dos consumidores na forma de alimentos que sejam fonte de bem estar e saúde.
REFERÊNCIAS:
A TECNOLOGIA DA MICROENCAPSULAÇÃO DE INGREDIENTES. VER FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 42 –
2017. Disponível em: < https://revista-fi.com.br/upload_arquivos/201712/2017120668704001512498483.pdf
>
SIMEONI, P, C et al.
MICROENCAPSULAÇÃO DE PROBIÓTICOS: INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA INDÚSTRIA DE
ALIMENTOS. REGET -v. 18. Ed.
Especial Mai. 2014, p. 66-75. Disponível em: < https://pdfs.semanticscholar.org/6848/4c047516f233fa30fb29de1aef0416150eb5.pdf
>
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