A OMS (Organização Mundial da Saúde) informou que todos os anos 10% da população mundial contrai algum tipo de doença transmitida por alimentos contaminados. Anualmente chegam a 420 mil o número de mortes por essas doenças, sendo crianças, menores de cinco anos, um terço das vítimas mais fatais. A maioria das enfermidades é causada por bactérias como a Staphylococcus aureus que é encontrada em diferentes ambientes e pode causar doenças como conjuntivite, meningite e pneumonia.Essas bactérias podem estar presentes em qualquer tipo de ambiente onde as condições de esterilização não sejam rigorosas, como no caso de alimentos manipulados de forma inadequada, como na indústria ou em supermercados; além de outras bactérias como a Salmonella spp. e a Escherichia coli.
Fonte: Martin Oeggerli, com o apoio da Escola de Ciências da Vida, FHNW |
Pensando nisso um grupo de pesquisadores brasileiros coordenado pelo físico Osvaldo Novais de Oliveira Junior, do Instituto de Física da USP de São Carlos, desenvolveram um biossensor que usa nanopartículas magnéticas que são recobertas com melitina, uma substância extraída do veneno do ferrão de abelhas, para detectar contaminação em comidas e bebidas de forma muito mais rápida e eficiente que os métodos tradicionais. Segundo o físico, uma das maiores dificuldades para evitar as doenças transmitidas por alimentos é detectar as bactérias no início da contaminação, quando o número delas ainda é muito pequeno. "Nossa metodologia resolve o problema de detecção da contaminação inicial com uma estratégia de pré-concentração das bactérias na amostra."
Fonte:https://www.bbc.com/portuguese/geral-46920021 |
O sensor propriamente dito é bastante simples. Ele contém eletrodos de prata, depositados sobre filmes de um plástico, PET, com uma técnica de serigrafia. A tinta do metal é espalhada sobre o polímero usando uma máquina produzida no Brasil com uma tela de poliéster. Outro ingrediente importante é a pré-concentração das amostras, que é feito para resolver a dificuldade da detecção de pequenas concentrações de microrganismos.
Com essa tecnologia desenvolvida em São Carlos as nanopartículas são introduzidas em uma amostra líquida a ser analisada. As bactérias presentes se dirigem a elas devido à presença da melitina. Após cerca de 20 minutos as nanopartículas magnéticas, com os microrganismos aderidos, são atraídas com um imã. Este é o material com bactérias pré-concentradas que é usada para detecção.
Oliveira ainda cita uma série de vantagens da tecnologia:- Menor tempo requerido para a análise, pois são eliminadas as etapas de cultivo das bactérias;- Possível baixo custo de cada análise, pois os eletrodos são muito baratos (cerca de R$0,30 cada);- Simplicidade na realização das medidas de detecção, mesmo para pequenas concentrações de bactérias, o que pode ser feito por não especialistas em análises (outra possível vantagem).
Além disso, o biossensor criado em São Carlos poderá ter outras aplicação, sendo possível usá-lo para detectar diferentes tipos de contaminação em ambientes hospitalares, como enfermarias e salas de cirurgia, bem como em instrumentos e equipamentos utilizados nesses ambientes, e também em pacientes com feridas, queimaduras e escaras.
Fonte: https://www.google.com/amp/s/g1.globo.com/google/amp/ciencia-e-saude/noticia/2019/01/18/biossensor-brasileiro-avisa-se-alimentos-estao-contaminados-por-bacterias-como-a-salmonella.ghtml
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